quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Considerações sobre o livro de Érico ou Disque M para viver.

Disse-me: Tinha certeza que estava aqui. Separei para te mostrar. Enfim, ela não achou uma primeira edição de Incidente em Antares. Como não havia o livro, convidou-me para um vinho, regado a um filme que adoro; Bagdah Café. E a noite foi extremamente prazerosa, apesar do livro de Érico não ter aparecido. Já tarde, cruzei a Ilha e voltei paro sul. O Campeche estava congelando. Ao chegar em casa passei um café fresquinho e ainda me permiti rabiscos pela madrugada. Ela ainda ligou, perguntando-me se eu havia chegado bem e pediu, novamente, desculpas sobre o livro. Depois de alguns minutos ao telefone, criou coragem e disse: - Adoro Érico, mas não tenho e nunca tive uma primeira edição dele. Rsrsrsrrsrsrrsrsrsrsrs. Disse a ela, com bom humor: - Érico entenderá. Os caminhos que nos levam a sorrir passam por caminhos que não precisam de razão nenhuma. Gostei da cilada que fui envolvido, tinha consciência do que estava acontecendo e achei criativo demais “a primeira edição de um livro de Érico Veríssimo”. Voltamos às considerações rotineiras. Uma dimensão maior toma conta dos meus escritos, falas e jeitos. Não tenho mais jeito. Disfarço, faço que esqueço, dissimulo, dou voltas, e me vejo no mesmo lugar que estava. Ela, a do balão, sorri. Um sorriso que toma conta do meu dia, que me faz recordar, que me faz pensar no “quem sabe”. Ao mesmo tempo percorro caminhos que já havia andado e vejo que eles me mostram significados diferentes de outrora. Magicamente consigo ver meus erros de uma forma mais clara e vejo que isso me faz ser um homem mais forte, sincero e coerente. Decididamente a vida tem me mostrado caminhos desenhados com simplicidade. Descobri que o simples pode tudo (existe uma letra do Renato Teixeira que fala sobre isso, recomendo) e que quando simplificamos as coisas tudo se resolve. A vida é simples como um punhado de conchas em nossas mãos, como se todo o oceano estivesse ali. Não penso que eu poderia ter feito tudo diferente, penso que posso fazer tudo diferente – assim o futuro se ilumina, uma claridade que provoca desejo, compreensão e harmonia e assim o amor desponta ou despontará. Com a alma mais livre, o corpo compreende cada gesto e o coração agradece incondicionalmente. Meu novo olhar sobre a vida está me fazendo mais feliz. E tenha certeza, meu estimado leitor, eu não tenho jeito mesmo, nem ela e sei lá o que poderá acontecer com a gente, mas a possibilidade existe e só isso fortalece minha mudança... O futuro depende de nossas escolhas, e tomadas de rumo. Estou certo que estou caminhando com mais convicção. Só não deixei de ver a vida com muito amor. E ainda acho que sou o número daquela guria que anda de balão. Rsrsrsrrsrsrssr... Florbela sorri um sorriso desconcertante e a noite que é tão fria, já fala palavras quentes em meu ouvido. Talvez o inverno seja uma forma do corpo e da alma despertarem. E uma primeira edição de incidente em Antares percorre meus pensamentos e o coração entende tudo, quase tudo... Há braços a todos e amanhã tem Colorado na Libertadores. O mundo, a paixão e o meu casaco são vermelhos, igual a minha face quando eu disse, tempos atrás, que te amava muito. Sigamos...

5 comentários:

  1. Eu tenho uma Florbela Espanca primeira e única edição. Topas?

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  2. Olha. Olha. Olha... Primeiro eu gostaria de saber quem és? Rsrsrsrrs.... O que achas?

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  3. Uma dica. Estou mais perto que imaginas.

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