terça-feira, 31 de maio de 2016

Temores

Ao que dizia que pelas sombras os gritos soariam iguais
Deixo a canção das esquinas
Que transformam luares em rios
Rios de almas livres

Esqueçamos, pois, as correntezas
Geridas pelas vozes más
Entendamos que cosedores de lãs verdadeiras

Não temem o pior frio
Nem tudo é todo

Nem toda a hora é clara
Nem todo o ovo é gema
Nem toda a correria é risco
Nem todo o lápis desenha
Nem toda a frase é lema
Nem todo o amor é sina
Nem toda a teoria condena
Nem toda a prática ensina

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sejamos simples, amor no coração e risos... 
um abraço muda um mundo, 
um beijo faz uma revolução. 

Tens as armas, pratique....

terça-feira, 17 de maio de 2016

Capitu

Quando conheci Capitu
capitulei
desenganei
a confiança é um conto
um machado afiado
uma colcha de retalhos
com bainhas de linho
quem nunca se sentiu Bentinho?

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O amor sempre foi e sempre será meu alimento... 
um vento bom que se instala e move velas e corações... 
acredito que os homens um dia deixarão de apenas ver 
e comecem a enxergar... 
acredito na minha coerência 
e no que perco materialmente por ser assim... 
mas estou bem tranquilo... 
de cabeça erguida e de alma livre... 
talvez um dia eu seja melhor compreendido 
e minhas linhas sejam realmente interpretadas... 
talvez o que quero seja utopia, mas vou lutar sempre...

domingo, 15 de maio de 2016

O Tempo

um rasgo
uma fresta
e foge o mundo
um desgosto
um lamento
e ruge a esperança



e que façamos do "não ter medo"
a razão do enfrentamento
e que nossas armas
sejam a verdade e o vento da liberdade
Pois, saibamos, que o tempo é aliado e justo
Que as futuras gerações nos agradeçam
por não termos calado
Pela coerência do nosso jeito

sábado, 14 de maio de 2016



Seca

Que chuva tamanha que beija a seca,
A minha seca boca.
Chuva que molha as roupas do passado
E dá febre.
Uma febre tamanha que queima a seca,

A minha seca boca.
Uma sensatez louca.
A previsão é que a chuva tamanha não pare,

Então, que encharque.


Tudo ao seu tempo

O que estava tão longe se vê à beira
um toque agora desenha o encaixe
com peças de um quebra-cabeça
guardado pelo tempo
um relógio quebrado não retarda hora alguma
tudo ao seu tempo
e o amor não é cúmplice do meteorologista


Sem medidas

Plural é mais do que um
O amor então é plural
Nem se pode dizer que são dois
Metade é um "tanto impreciso"
Feijão, farinha, arroz

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Motivo

Quando uma corda puxa a noite
O dia vai e se enforca de ciúme.
Quando uma corda puxa o dia
A noite vai e ser enforca de ciúme.
Quando chega a madrugada
A noite e o dia se enforcam com a mesma corda...


Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...
E quando quiseres...
Toma meu coração.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Absolutamente

Tem dias que eu sou cantante.
N’outros o silêncio bate.
E na forma mais errante.
Beijo de mercúrio em que me arde.
Sabores e copos trincados
Refaça a taça sem trincar
Ou sem olhar a antiga trinca
O vinho bebido antes tinha gosto de mar
Eu quero beber o mundo de canudinho
Mas o tempo poderá esperar?
Quem haverá de me explicar a palavra "afogar"?
Falta uma peça nessa cabeça que me quebra
A taça é um disfarçar... quando brinda

terça-feira, 10 de maio de 2016

Pequena canção de um barulhinho bom e simples

Quando a chuva cai na terra, ouço um som de beijo...
Guardo-te
Guardo-te como quem guarda o gosto da primeira manhã...
Infinitamente. Guardo-te como quem viu o céu uma única vez.

quinta-feira, 5 de maio de 2016




Marcas, tatuagens e silêncios

Espelhávamos na própria carne quando pressentíamos a dor
e tudo era uma coisa só e tudo era só
chamávamos segredo o que era intenção ardente
propúnhamos ser o que não éramos para resistir à vida
vez por outra éramos apunhalados por nossos medos
quebrávamos bússolas, rasgávamos mapas, sujávamos lentes
havíamos atingido toda a inconstância das coisas tidas como certas
e velas abertas singravam mares, bares, ares e alhos e bugalhos
entendíamos que assim resistiríamos mais
ledo engano
depois de algum tempo nos reencontramos e não falamos nada
mas havia em nossos olhares uma dor
que por não ter sentido algum

marcaria toda a nossa vida 

quarta-feira, 4 de maio de 2016






Preciso
Todo o céu esconde uma chuva
E chuva cai para limpar o céu
E linhas erguem sonhadoras pandorgas
E dobras desenham barquinhos de papel
É preciso de água para lavar a alma
E não ter mágoa para limpar o cobertor
É preciso de coragem para manter a calma
E não ter medo para entender o amor
Toda a chuva esconde um céu
E o céu cai para limpar a chuva
E sonhadoras pandorgas sonham com linhas
E barquinhos de papel desenham dobras
A verdade não necessita de luvas
O acaso
O acaso me protegeu todo esse tempo
Bem em alguns casos
Muito mal na maioria
Mas sei que ele é meu amigo
Pois escreveu lindas histórias
E sempre me contava todas
E me avisava quando o “tudo” não podia ser interpretado
O acaso me fez café na insônia,
O acaso me fez dormir na fresta
O acaso me fez dormir na insônia,
O acaso me fez café na festa

terça-feira, 3 de maio de 2016




O vendedor de algodão doce

Lá se vão as nuvens,
E eu aqui embaixo, redesenho...
Passa agora um vendedor de algodão doce e me traduz.
É... o amor tem muito mais que claros segredos...