domingo, 30 de junho de 2019



Nicanor, meu amigo
Preciso desabafar
Coisas pra te contar
Dessa tirania
Que afeta nossos dias

Nicanor nem te conto
Não está fácil
Ter que defender o certo
E o óbvio tão desacreditado
Fica sem nenhuma história, abandonado

A mentira vive tão perto
Deixa a liberdade de luto
e a vida sem poesia
Que histeria é essa?
Nicanor, a gente luta pra não ficar mudo

Nicanor, mando esses rabiscos
Para não me sentir sozinho
E te convidar para um vinho
Pra falar de cantoria, bruxas e rendeiras

Nicanor,
Escuta o que eu não digo, como dizia o poeta
A vida se completa, meu amigo
É com o olhar da liberdade

Fica bem , Nicanor
Com amizade e muito amor
Despeço-me
E logo numa esquina dessas
Faremos outro canto


sábado, 29 de junho de 2019



A tormenta beira minha boca
Um afogamento premeditado
E barquinhos de papel
Numa ladeira louca
Me espiam feito um vagabundo

O naufrágio é quase certo
Mas é tão preciso resistir
Condenam o caminho por ser de todos
E aplaudem tiros para poucos servir

Eu tenho um amor dentro de mim
E guardo bem guardadas suas asas
E sei que se precisar
Tenho os endereços dessas casas

Rasgaram meus escritos
Na tentativa do meu calar
A tormenta beira minha boca
Se for para resistir me deixarei encharcar






Amor envolvido

Amor não tem tamanho
Amor não tem idade
Amor pode tudo
Quando amor é de verdade

Amor de todas as maneiras
Amor em todos os sentidos
Amor agora ou a vida inteira
O que vale é o amor envolvido

Amor por si só
É tanto
Amor por ser
É canto
Chegadas, paradas, partidas
Amor é a própria vida

Como amar o mar
E algumas vezes
não naufragar?

Mergulhar é tão preciso



Guarda meu grito
Ele é teu
Confiei meu grito a ti
Por que amo-te
E quero que saibas de tudo
até as palavras que digo quando fico mudo

Amor é tudo isso
com ou sem conversas
sempre com versos
que moram nas entrelinhas


Inquietante
Quem procura
O abandono
Intrigante
Que poderá ser cura
Alucinante
Que poderá ser sono

É importante compreender
A solidão

As linhas que são inquietas
Também são as linhas que procuram a direção

Sou pandorga sem outorga
Meio prostituta dos ventos
Entendam o que eu digo
Não me façam remendos
Não me julguem

Sejamos nos sentimentos, atentos



Levas

O andar que leva o tempo
Na leva que o tempo escolhe
Da semente que leva o vento
Até a esperança que a gente colhe

Na fé que alimenta o passo
Na luta que forja o momento
No querer que traduz o abraço
No tentar que descreve o tempo

O tempo quem escreve é o jeito


Muitas vezes essa vida me dá sono, me faz cochilar
Deitar
Dormir
Sem pensar em voltar
A vida faz o corpo cansar

Num momento o caminho é o sonho
N’outro o sono, e n’outro, acordar
E em mais um outro momento
O que precisamos é só um descanso
Como quem cochila na Sessão da Tarde


A solidão na multidão
Arde
Fere
Palpita
Doida e doída
Tatua
A solidão na multidão
A solidão “acompanhado”
Invade
Atenta
Dita
Um enigma
Uma compreensão incompreendida
Um nexo
Um exagero
Contra fluxo
Contramão
Contracorrente
A solidão “acompanhado”
O que é de fora, o que é de lado?
A vida é arte
A solidão faz parte
Mesmo “acompanhado”
É preciso degustar o vazio
Para que entendamos
Que imensidão
Precisa de um “eu voo”



Sopros

Todo o andar precisa ser inteiro
Embora inteiro seja uma questão
Também de quebras

Encaixes são passageiros
E eternidade é uma folhinha amarelada
De um distante janeiro

Entendamos os sopros, a vida que vem e cutuca
Entendamos que o hoje é para ser vivido sempre
E na hora de amar de verdade não use luvas

Sê inteiro como a poesia de Pessoa
E simples e tão grande como Coralina
Faça brilhar em teus olhos tuas meninas

Minha alma está assim a permear o mar que tenho dentro de mim
Vivo cada segundo e cada segundo é uma conquista
Não faço planos, não faço barulhos, não faço listas
Percorro um pranto quase sem motivo ou por tantos
Uma solidão inquietante entrega-me
Arde um vento que ao mesmo tempo que leva me traz

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Estamos juntos demais
Colados, abraçados
Estamos assim quase inteiros 

As vezes aos atropelos
As vezes arrepiando os pelos
Agostos a beijar janeiros

terça-feira, 25 de junho de 2019

O menino

Nada agora pode causar surpresa
a não ser aquele velho menino
que entende que seu "carrinho de lomba"
o levará para qualquer lugar...

Perto (quando a ficha cai)

O amor não tem CEP.
Mas o amor é certo.
O amor pode existir.
Mas só acontece por perto.



Coisas de guri

Quando eu era guri, muito guri... em Torres... descobri que o mar no quintal de casa era o mesmo mar do mundo inteiro... a felicidade sempre mora perto... é preciso bater em sua porta e dizer “eu te quero"... Coisas de mar...

A lua asa de sonho no céu cor do querer nas entrelinhas sem vírgula sem ponto sem métrica algumas palavras soltas formando um mar um reino um planeta a lua mágica dizendo tanto fazendo canto a lua assim feito chuva molhada invadindo o corpo luar certos momentos não precisam de entendimento eles só são precisos o acontecer é um luar que nos cabe todas as fases da lua tem um mar escondido sem vírgulas




Meu

Eu tenho um mar atrás de casa
É minha asa
E ninguém é obrigado
A se banhar


Um andar de tanto tempo

Eu tenho um andar de tanto tempo, de tempos que eu vivi, dos tempos que eu sonhei,
Dos tempos que nem senti...
Eu tenho o cantar de tanto tempo, de tempos que eu morri, dos tempos que eu passei,
Dos tempos que nem pedi...
Eu tenho as cicatrizes de tanto tempo, de tempos de tantas marcas, dos tempos de tantos riscos, que me machucavam a pele...
Eu tenho os beijos de tanto tempo, de tempos que eu amei, dos tempos que eu chorei,
Dos tempos de tantos sorrisos, que encantavam meus passos...
Eu tenho na memória tantos tempos, cantos que eu procurei, letra e música, coração e voz, de tempos que eu cantei...
O tempo é um menino, destino de horas e de cores, lugares de esperança e amores, de fins e de rancores...
O tempo é instrumento de procura, instrumento de recuperação, é agua, é pão, alimento que traz candura,
Dê ao tempo o tempo teu, com carinho, com atenção, dê ao tempo a compreensão, o afeto e a ternura... pois ele, com certeza, meu amigo, bem tratado, com cuidado, é a real cura... para tudo.

Assim

Que desatino de vida, que maçaroca doida e doída, que vai assim, feito punhal, a desbravar o meu peito. Esse peso nas costas, essa luta para defender o que é de direito.

Que o amor seja a costura, chuleio de colchas que nos abrigarão de noites frias, um canto de tanto tempo a trilhar nossos momentos, essa luta de fazer o que precisa ser feito.

Procure o abraço antes do grito, procure o amigo antes do medo, entenda que como está esse mundo, só o mar do entendimento te fará navegar, essa luta para mostrar que as velas precisam de mar.




Nem tudo é todo

Nem toda a hora é clara
Nem todo o ovo é gema
Nem toda a correria é risco
Nem todo o lápis desenha
Nem toda a frase é lema
Nem todo o amor é sina
Nem toda a teoria condena
Nem toda a prática ensina


Buscas

Buscamos soluções em infernos
E no céu de nossa boca
Mora a palavra exata

Dos perigos

U´a alma escancarada é um perigo
Eu não ligo
Sofro mais aqui e ali
Mas vivo




Assim

O poeta é um solitário
É tão difícil não sê-lo
É tanto enleio
Em rolos de tantos novelos
A palavra se agiganta
Faz café, almoço e janta

O alimento é toda a vida
Ser poeta é chegada junto com a despedida
Pessoa falava da dor
A nossa dor tão doída
Faz a palavra nascer
Entre os fins de toda a lida

Mas não se enganem
O amor é fonte das linhas
E escreve romances tão lindos
Cravados na Mãe Poesia
E mesmo na solidão
O amor não deixa a vida sozinha



Assim

Que desatino de vida, que maçaroca doida e doída, que vai assim, feito punhal, a desbravar o meu peito. Esse peso nos ombros, essa luta para defender o que é de direito.
Que o amor seja a costura, chuleio de colchas que nos abrigarão de noites frias, um canto de tanto tempo a trilhar nossos momentos, essa luta de fazer o que precisa ser feito.
Procure o abraço antes do grito, procure o amigo antes do medo, entenda que como está esse mundo, só o mar do entendimento te fará navegar, essa luta para mostrar que as velas precisam de mar.





Da poesia

A poesia é tal um filho
Criamos, acarinhamos, cuidamos
E ele corre o mundo
Morreremos e a poesia ficará
Tal nossos filhos
E dela, a poesia, outros poemas nascerão
E eles, nossos filhos, falarão de nossa poesia

Do tempo

Toda a chuva tem um sol que cura sua dor e todo o sol precisa da chuva. 
Simples assim.

Resistência

Entenda, não deixe o amor virar lenda, por favor não se renda

Insistência

Vergo, mas não quebro
Balanço, não caio
Se não concordo não ralho, escuto
Amor é meu discurso
Não desisto

D’alma

Acredito em pandorgas 
porque acredito nos ventos


De verdade

O que importa entre entender a janela e o resguardar da porta
está em compreender o que se deve de guardar de verdade...

O dia e a proparoxítona 

A lâmpada, o sábado, o mágico, o pássaro. Tome acento, junte as palavras e seja feliz

Da guerra

O mundo está armado
Sentimentos com gosto
De arame farpado

Alerta

Antes de dormir
escute bem os acordes


Rabiscos

Passeia minha saudade em teus versos... uma sedução de palavras que permeiam todas as tuas cores... teus janeiros intensos e teus agostos de friagens... fumacinha de bocas... linhas na busca de pipas e de tecidos que nos abrigarão do frio... saudade é assim... um cobertor curto... que deixa os pés de fora e o coração no mundo...


Rabisco

Não quero inventar a felicidade, também não passa por minha cabeça escrever um manual de como se faz ou não se faz... tudo aqui, de repente, é tão rápido, é tão curto, é tão depressa... então não priorize os problemas, veja o que existe no coração e dê voz a ele... simples como bolinho de chuva recheado com banana e com àquele café da vó e uma musiquinha do Lupicínio e do Cartola lá no fundo... A poesia quando estala é franca, não estanca e ela grita... talvez a felicidade precise de estalos e beijos com gosto de tardes de sextas-feiras... o sol nascerá amanhã ... tenha certeza... confabule com a felicidade todo o dia... dentro de mim mora o que penso ser feliz e estou atrás disso... e todo dia entendo que o despertar é um riso intenso... sem nenhum ódio escondido...


O momento e o vento que move o tempo

Existe um calor que termômetro nenhum marca
e se pode ver em qualquer estação
Passageiro do trem bala em plena oração
Mãos postas a desatar nós
Que seria da solução sem o após
Desses sonhos cantantes
Não adianta agora lembrar do antes
Não deixe para depois o que arde
Faça de manhã depois é tarde
Faça agora depois passou a hora
Se é para amar enfrente sem medo
Mas não passe nesta vida escondido
A brincar de ser segredo


Rabiscos

Precisamos nos perder mais.
Os dias de tempestade e a falta de bússola, na maioria das vezes, nos ensinam caminhos, não que eles sejam os melhores caminhos, mas precisamos passar por eles para aprender. E aprender não é acertar tudo, ou não errar, muito pelo contrário. Envolva-se com os detalhes, com o simples, gotas são também partes do oceano.
Vamos nos perder para nos achar e se mesmo assim continuarmos perdidos vamos tentar. O ódio virou jeito de viver, e o que dá jeito para tudo é amar.
Minhas palavras, tantas vezes, não conseguem chegar onde quero e não tenho certeza que são compreendidas. Sigo a tentar, e me despedaçar, a me juntar, a me reerguer... assim procuro dentro de minhas loucuras a coerência utópica de querer se achar...
Amigo, precisamos nos perder mais.


Eu não encaixo
Eu não encaixo
O que eu faço
O que eu faço?
Diacho
O que eu faço?

Eu não encaixo
Eu não encaixo
O que eu faço
O que eu faço?
Diacho
O que eu faço?


Acredito em sentimentos
Mesmo na calmaria a pandorga não esquece do vento


A gentileza nos traz a leveza e leves somos mais inteiros e a integridade nos fortalece. Se em alguns momentos a queda é inevitável, nestes momentos lembramos do abraço que foi tatuado em nosso coração e nos reerguemos. Existe um sol chamado amizade e ele é toda a diferença numa noite onde não se vê nada.



O tempo é um senhor 
muito distinto...
Às vezes chileno, seco e tinto

Cada qual com cada seu...
Quem de amor nunca morreu?
Quem por amor nunca bebeu?


(Mac Erac)

Apertos

Que o simples vença o tão confuso.
Que seja importante me faltar um parafuso
para que eu possa enlouquecer em mim.



Breve
A vida não é lenta
Fecha-se os olhos
Trinta
De repente cinquenta
É preciso coragem
Para entender
Toda a paisagem
Toda a passagem
É preciso entendimento
Amor é alimento
É preciso entender as calmarias
E respeitar também as forças do vento
A vida, pois, é breve
E breve também é muito tempo
Aproveite cada momento
Como fosse uma lição, um ensinamento
(Vigiai tuas ações,
encoraje teus receios
por que na verdade
somos passageiros
e é preciso viajar sem medo)


Essas minhas linhas tão tortas...
Trens à deriva
Barcos sem trilhos
Mas há nisso tudo
Uma coerência impar
Sempre decidi com muito amor
Nem sempre foi a escolha foi a mais feliz
Mas entre o certo e o triz
Mora o tentar...
Que seria da vida sem o tentar...?
Que seria do amor sem o tentar...?
Decididamente esse mundo me cutuca
E o que seria da vida sem cutucos?
Entenda o que eu digo
O que falta na vida é simplicidade
O momento é de muita dor
Todos têm escolha
E o papel bolha
Tem som...
Não procure soluções no outro
Teu coração tem respostas que nem sabes...



COM AMOR
POR AMOR
PELO AMOR
POR QUE SEM AMOR
NÃO HÁ PERDÃO
NEM FLOR
É ÓDIO, É GUERRA
É O FIM DA ESPERANÇA
É O FIM DA PRIMAVERA


Tenho sede e tenho fome
Liberdade é meu nome
E não estou só
Asas em gaiolas continuam a voar


sexta-feira, 21 de junho de 2019


Ardia a manhã
Bem lembro
Meu coração inverno
Sonhava em ver setembro
O sol ficava diferente
As flores provocavam sorrisos
Nunca esquecerei as cores das primaveras de Torres
É uma tela que guardo aqui dentro
Feito um mar



quarta-feira, 19 de junho de 2019

Minha alma está assim a permear o mar que tenho dentro de mim
Vivo cada segundo e cada segundo é uma conquista
Não faço planos, não faço barulhos, não faço listas
Percorro um pranto quase sem motivo ou por tantos
Uma solidão inquietante entrega-me
Arde um vento que ao mesmo tempo que leva me traz

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Carta aberta ao meu pai e amigo

Sempre, incondicionalmente, estarei contigo. 
Independente de tempo, de vento, de dinheiro ou do espaço.
Por que ter alguém como seu melhor amigo e esse alguém ser seu pai, preço não tem.
“Ousar lutar, ousar vencer – Lamarca”
Sabes dos meus valores e sei que sabes também por minha coerência e ligações deixarei apenas meus escritos e também sei que sabes que meus escritos são verdadeiros e sinceros. Assim aprendi.
Nada está fácil nesse momento, mas dificuldades nos forjam, nos fortalecem e dão respaldo ao nosso real valor.
E por amor e amizade que caminhamos e são por eles que venceremos.
Orgulho, reconhecimento e certeza que amigo melhor não terei.
Já rimos muito e já choramos muito. Faz parte dessa arte chamada vida.
Forte abraço, por que somos fortes... por que somos imperfeitos e humanos.
Logo tomaremos àquele vinho que tem gosto da felicidade.
Meu amigo, camarada, pai e lição de vida.




terça-feira, 11 de junho de 2019

"Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com ljuros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha fineza
De desinventar"

Chico

sábado, 8 de junho de 2019



Exatamente impreciso 

UM RASGO EM MEIO AO TECIDO
UMA FENDA SEM PALAVRAS A FAZER GRITO
UM ECO SECO NUM DESERTO ÁRIDO
COMO SE O TEMPO JÁ ME HOUVESSE DITO
ALGUMA COISA PASSADA A LIMPO COM RASURAS
UM ENTARDECER ENCARDIDO APAIXONADO PELA Q-BOA
O PARAÍSO A FORÇAR MAÇÃS E RANHURAS
CAFÉS ENLOUQUECIDOS PELA FALTA DE BROAS



sábado, 1 de junho de 2019

@mor
.com carinho
.com paixão
.com selinho
.com tesão
.com verdade
.com saudade
.com tudo
Contudo não é bem assim... finaliza Dolores.


Se amar, semear, se me amar


Não é tão longe o que me faz perto de ti

E logo ali na esquina

Cruzamento da Avenida Canteiros com a

Alameda Floração