Lareiras
O meu corpo veste roupas novas
minha alma rejeita
não acolhe
ela quer o velho cachecol do tempo
que aquece minhas velhas poesias
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Inspirações
Toda
vez que me permitia
Recorrer
ao que não sabia
Brilhava
os olhos do acaso
Iluminando
meus dias!
Manuel
dava bandeira
Para
uma musa Cecília
Toda
vez que se permitia
Recorrer
ao que não sabia!
Que
seriam dos anjos de Augusto
E
das pessoas de Fernando
Se
todas as palavras da boca
Passassem
no mundo voando?
Toda
vez que me permitia
Recorrer
ao que não sabia
Quintana
conversava na varanda
Iluminando
meus dias!
Só pra te olhar
Vou
aproveitar a chuva para lavar a alma,
para
disfarçar a lágrima,
para
limpar o poço...
Vou
aproveitar a chuva para lavar o sábado,
para
disfarçar a seca,
para
limpar "o posso”...
Vou
aproveitar a chuva para lavar a terra,
para
disfarçar a vodca,
para
limpar “o nosso”...
Vou
aproveitar a chuva para lavar o quintal,
para
disfarçar o mar,
para
limpar “o bom moço”...
Vou
aproveitar a chuva para lavar as mãos,
para
disfarçar o tempo,
para
limpar a vidraça...
O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais
do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o
mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do
que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais
do que o tanto...
Essa chuva
Acende uma chuva aqui dentro
Vindo de um lustre com uma luz fraca
Uma dor conta pingos
Uma espera que o destino crava
Um “não sei lá” que responde tudo
Uma alma que não se lava
Um grito encharcado e mudo
Um querer quase absurdo
Vontade de te ver
Um amor que me faz ser
Tudo aquilo que eu sempre quis ser
E essa chuva que não passa
Vindo de um lustre com uma luz fraca
Uma dor conta pingos
Uma espera que o destino crava
Um “não sei lá” que responde tudo
Uma alma que não se lava
Um grito encharcado e mudo
Um querer quase absurdo
Vontade de te ver
Um amor que me faz ser
Tudo aquilo que eu sempre quis ser
E essa chuva que não passa
sábado, 21 de setembro de 2019
As desculpas
Depois vieram as desculpas,
que usavam luvas e falavam baixo...
Nunca entendi tantos dedos,
já que eu sabia do que se tratava...
Vez por outra deixavam somente recados,
avisavam que não mais voltariam
e, logo depois, voltavam...
E com elas chegavam outras palavras,
que eu não entendia muito bem seus significados...
Mas até aquele momento,
as desculpas não se importavam com o que eu poderia ter achado...
Algumas chegavam bêbadas,
outras chegavam sem avisar,
e outras tantas não sabiam nem o que falar...
Nunca me preocupei em entendê-las,
mas entendia o que elas queriam mostrar,
assim ficava mais fácil conjugar o verbo desculpar...
E assim foi quando eu perdi meu par...
Depois vieram as desculpas,
que usavam luvas e falavam baixo,
que me ensinaram de um jeito especial
a verdadeira face do gostar...
que usavam luvas e falavam baixo...
Nunca entendi tantos dedos,
já que eu sabia do que se tratava...
Vez por outra deixavam somente recados,
avisavam que não mais voltariam
e, logo depois, voltavam...
E com elas chegavam outras palavras,
que eu não entendia muito bem seus significados...
Mas até aquele momento,
as desculpas não se importavam com o que eu poderia ter achado...
Algumas chegavam bêbadas,
outras chegavam sem avisar,
e outras tantas não sabiam nem o que falar...
Nunca me preocupei em entendê-las,
mas entendia o que elas queriam mostrar,
assim ficava mais fácil conjugar o verbo desculpar...
E assim foi quando eu perdi meu par...
Depois vieram as desculpas,
que usavam luvas e falavam baixo,
que me ensinaram de um jeito especial
a verdadeira face do gostar...
Colcha de retalhos
Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos
Rabisco
Não quero inventar a felicidade, também não passa por minha cabeça escrever um manual de como se faz ou não se faz... tudo aqui, de repente, é tão rápido, é tão curto, é tão depressa... então não priorize os problemas, veja o que existe no coração e dê voz a ele... simples como bolinho de chuva recheado com banana e com àquele café da vó e uma musiquinha do Lupicínio e do Cartola lá no fundo... A poesia quando estala é franca, não estanca e ela grita... talvez a felicidade precise de estalos e beijos com gosto de tardes de sextas-feiras... o sol nascerá amanhã ... tenha certeza... confabule com a felicidade todo o dia... dentro de mim mora o que penso ser feliz e estou atrás disso... e todo dia entendo que o despertar é um riso intenso... sem nenhum ódio escondido...
Fomes
Era inevitável a queda
frente ao vazio que se fazia
era café sem bolacha, sem fatia
era fome o que o coração mostrava e dizia
frente ao vazio que se fazia
era café sem bolacha, sem fatia
era fome o que o coração mostrava e dizia
Era inevitável o pranto
frente ao exposto
era lição sem cartilha
era um mar imenso sem nenhuma possível ilha
frente ao exposto
era lição sem cartilha
era um mar imenso sem nenhuma possível ilha
Era inevitável o fim
frente ao penúltimo capítulo que se escrevia
era final feliz sem nenhum par
era romance sem nenhuma poesia
frente ao penúltimo capítulo que se escrevia
era final feliz sem nenhum par
era romance sem nenhuma poesia
A fome comia...
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
sábado, 14 de setembro de 2019
A tecelã
Existe uma fada na noite
Que tece mantas para os dias frios
Cachecóis de linhas tênues
Boas casas, qualificados fios
Bordados de amor latente
Frisos finos e corações enormes
Beijos de mares, namoros de rios
Enquanto depois de tanto trabalho
A fada sonha e desperta a cor do tanto
Os sonhos da fada colorem
Todos os sonhos que dormem
Num mágico e doce encanto
Que nossos corpos tais encantadas conchas
A coser as tais apaixonadas linhas
Eternizem almas, cochilem de conchinha
Aquecidas pelo amor, eterno manto
Que tece mantas para os dias frios
Cachecóis de linhas tênues
Boas casas, qualificados fios
Bordados de amor latente
Frisos finos e corações enormes
Beijos de mares, namoros de rios
Enquanto depois de tanto trabalho
A fada sonha e desperta a cor do tanto
Os sonhos da fada colorem
Todos os sonhos que dormem
Num mágico e doce encanto
Que nossos corpos tais encantadas conchas
A coser as tais apaixonadas linhas
Eternizem almas, cochilem de conchinha
Aquecidas pelo amor, eterno manto
domingo, 8 de setembro de 2019
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Beijo
Beijo-te num grito
beijo-te além do corpo como se a alma
pudesse ter rosto - beijo-te
encontro-te aqui dentro como te
encontrei a vez primeira - beijo-te
beijo-te onde a lua é nascente e nos faz
ver a vida inteira - beijo-te
conheço-te ontem como fosse ontem a
eternidade - beijo-te
beijo-te aonde os vislumbres
transformam-se em encantos - beijo-te
chego a pontos aonde não chegava tão
pouco sabia da existência - beijo-te
beijo-te pelo teu toque tua pele teu mar
tua presença - beijo-te
agora vejo a paisagem que eu não via e
docemente sonhava - beijo-te
beijo-te por te ver inteira - beijo-te
beijo-te por te ver por dentro - beijo-te
beijo-te por te ver - beijo-te
beijo-te além do corpo como se a alma
pudesse ter rosto - beijo-te
beijo-te além do tempo como se o sujeito
tempo fosse sempre - beijo-te
beijo-te sem vírgulas por ser nosso amor
imenso - beijo-te
intenso - beijo-te
devoro-te ao mesmo tempo em que te
protejo - beijo-te
encanta-me a sede que tens de bem viver -
beijo-te
encanta-me a fome que tens de querer - beijo-te
amo-te enfim - beijo-te
por não ter mais medidas - beijo-te
por não ter mais palavras - beijo-te
pois mesmo no tanto me falta ar por não
me faltar mais nada - beijo-te
(e veio o beijo como se o todo, o espaço,
o universo fosse um grito de liberdade e prazer).
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
domingo, 1 de setembro de 2019
Coisas de domingo,
de lembranças
e de levas
Tentaram me levar tudo, insistiram em me levar tudo, juntaram forças para me levar tudo, mas não levaram minhas boas risadas, não levaram a presença dos bons amigos, não levaram a vontade de dançar, não levaram o desejo do banho de chuva, não levaram o café da tarde com broas e sonhos, não levaram a marisqueira com Fanta laranja, não levaram o mar no quintal de casa... pois tudo isso eu guardei no meu coração e no meu coração só entra quem eu quero.
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