quarta-feira, 2 de setembro de 2009

* SETEMBRO de 2009 - Taj: Luares, beijos, recomeços e outros setembros


Trecho de email

Momento: Muita chuva na primavera... E o inverno, talvez, para protegê-la, mas já com terceiras e quartas intenções... ficou na sala e toma chá cheio de pose. Ele é galanteador e ela é linda e apaixonante... Clima quente, sujeito a chuvas, eu diria, rsrsrrsr. Safados os dois...

Trecho de msn

aqui bate um vento e balança meu coração, mas ele anda avoado mesmo e eu nem sinto... escrevendo muito... procuro uma bula com letras grandes que me diga o que eu ainda não sei, mas não tem remédio... temos que ir a luta mesmo...

Verbos apaixonados

O que era visto de repente vem e alucina
Mexe, complica, mistura, confunde, liquidifica, intriga, faz rolo, disfarça, chama briga, aumenta, apaixona, diz que fica, depois não liga


O que já era visto de repente transforma e incendeia
Toma forma, encanta, modifica, duplica, espalha, reinventa, faz colo, diz que vai, depois codifica

Rabiscos de fim de tarde quando o sol “já quase vai”

Queria um amor me deram o paraíso
Amor hoje em dia é comum perder
Já o paraíso é quase impossível esquecer

O assalto

Tomou de assalto minha calma
Levaram e a esconderam num armário
Muito longe da minha paz
Fez-se o grito
Agradeço agora o roubo
Pois precisava sentir que estava ainda vivo

Riscos

Todo o risco que se corre faz rabiscos
Que traduzem os riscos que tatuam almas

Toda a palavra é um risco, em todo o lugar há ciscos,
E desenhos são, muitas vezes, sorrisos de loucas retas

Correr riscos e fazer poesias, o que se mostra também ensina,
A paixão é um verso descabido e queima,
O amor acontece e quase sempre rima


Riscos II

Um quando é risco
Acontece num cisco
Toma conta e correr agora pode ser um beijo sonhado “há tanto”
Que tua face corada e linda
Faça o risco virar canto

Pedaços

O que era inteiro de repente quebra
E os cacos cortam e as pontas riscam
Não existem mais encaixes
Nem portas se abrindo
É a hora do calar, do silêncio,
que nesse exato momento é a única palavra inteira...


O mar e a minha sede


O mar faz barulho e me acorda
O mar canta e me embala
Tua boca lembra o mar
Mergulho intensamente quando a saudade aumenta
(matar minha sede sempre passa pela tua boca)


Disfarces e procuras

Parece que a chuva chega sempre no momento do pranto,
Ela confunde nossas lágrimas, atenua nossa dor e a paixão perdida corre como água, ensinando que é preciso muito navegar para se encontrar o amor.


O passado


O passado bem de manhã pede pão, quer sobreviver, toma café para não dormir
O passado passa manteiga na torrada e come sem pressa, e dá várias mordidas...
No pão dormido de ontem...


A Quirina

Quirina transforma a folha em barco e assim faz poesias e viagens.
Procuro Quirina em outros braços.
Quirina tão amiga, tão companheira. Nenhuma outra Quirina me amaria assim.

Guardo Quirina para longas conversas e ela em frases curtas me detona, alucina...

(Meu poeta, podes escolher tua Quirina... Não sabes? Releia as cartas não remetidas que te enviaram...)


Muito mais

Faz vento e parece que sempre eu quero ficar sozinho.
Não é isso.
Quero uma companhia que saiba que quando eu convido para um vinho,
eu quero também dançar, conversar, voar sem tempo.


O que te espera

As luas bebem chuvas no momento em que choro, confundem minha dor, confundem minha alegria, transformam amizade em amor e definição em alquimia.

E eu espero que a noite vire tarde e o tão cedo seja um soneto, acompanhado do café da manhã e de uma rosa.


Assim

Tem uma taça de vinho
Encostada na lua cheia
Ela pensa em mim
Eu penso nela
E a noite continua,
Com uma caneta na mão

Bate

ME BATE um choro, me bate o mundo, me bate saudade, sentimento profundo,

ME BATE a vida, me bate o vento, me bate um beijo, e também um lamento,

ME BATE a dor, me bate uma lembrança, me bate um desejo, me bate uma dança,

ME bate um vinho, me bate tua boca, me bate um silêncio...

decido vou roubar, só pra mim, tua boca


Um que

Ainda tem um que
que eu nem sei dizer, mas tem
um haver sem entender
um querer sem acontecer
um que
que passa pela garganta
que é dor e ao mesmo tempo prazer

mas tem...

Tua viagem de setembro

Veio à Ilha e não viu a cor dos olhos de novidade
Afastamento não quer dizer distância
Afastamento é não querer estar perto
Esquecer agora é a forma de encontrar a felicidade
E a dor disfarçamos com versos bonitos

Tuas explicações estavam contidas nas frases já antigas
E eu não quis lê-las
Nem ouvi-las
Porque meu coração não queria ver o que meu corpo já via

Pois naveguemos e o espaço entre nós agora
Pode-se chamar distância

Claridade

Mesmo sem estrelas no céu,
quando tenho tua boca
fico claro

Tormenta

A felicidade compreende a tormenta,
pois será ela que lavará o nosso rosto
para fazer o nosso mundo acordar

Repouso

É a forma para que não se desista nunca
Uma reparação
Mertiolate no arranhão
Compressas n’alma

É a forma para que se recupere o perdido
Um achado
Chá de limão
Massagem no corpo

Tentação de Primavera

Eu tento o tempo
Tua boca me tenta
O destino para
Eu vento
Teu sabor é menta
A razão não tem mês
Eu lembro
Mas meu amor
Aflora em setembro

Despertares

Acorde o feitiço que nos fazia tão bem
Além de tudo, além do mar
Existe um tudo meio “sei lá”
E ele é um setembro que sempre vem
Colorir agosto passado
E com o passar do tempo, muitas vezes, o que está tão perto, do lado vira inquietação...
Vira passado...


Teu amor é importante qualquer que seja o mês

Bem que um dia eu tive
Mal que nunca terei
Escolher é um verbo livre
O amor é um jogo que já joguei

Janeiro é quente, é paixão
Adoro agosto em dezembro
O calendário passa correndo
Todos os fins de tarde serão de setembro (tomara)
Beijei tua boca no verão de 2000
Era setembro em abril
Mas isso não importava
Veio a chuva e o amor sumiu