terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Esse Olhar

Ai esse olhar
Que tu sempre pega
Olhar de esfrega
De calor, de paixão
Olhar que come
Que fome
Ai esse olhar 
Que me entrega

A tecelã

Tem uma fada na noite
Que tece mantas para os dias frios
Cachecóis de linhas tênues
Boas casas, qualificados fios
Bordados de amor latente
Frisos finos e corações enormes
Beijos de mares, namoros de rios
Enquanto depois de tanto trabalho
A fada sonha e desperta a cor do tanto
Os sonhos da fada colorem
Todos os sonhos que dormem
Num mágico e doce encanto
Que nossos corpos tais encantadas conchas
A cozer as tais apaixonadas linhas
Eternizem almas, cochilem de conchinhas
Aquecidas pelo amor, eterno manto

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

De repente Quirina volta

Tinha que ser no dia dois de fevereiro, cara Quirina...
Pé na areia, beira de praia, sei lá, sei lá... Doce Quirina...
Nasci protegido por Nossa Senhora dos Navegantes e por Iemenjá...
Nasci beira do mar... nasci protegido por todos os cantos
Então, não serão almas tão pobres que me afastarão do meu querer...

Quirina olha-me com um olhar impreciso...
Abre um soneto de Florbela...
E me diz quase a gritar... que feliz é a tua vida


Ai, meu poeta, me serve uma dose daquela tequila esquecida
Frases sem nexo entrelaçadas numa poesia só

Entendamos que amor tem tudo a ver com sorrisos mesmo na hora do pranto
Na hora do desespero chamam-se todos os santos
E vou te contar é melhor poucos e fiéis amigos do que tantos

Entendamos que amor tem a ver com vontade, olhar tarado e fidelidade
No momento exato do luar morre o sol em alguma cidade
Quem procura vela a olhar a mulher amada não sabe o que seja claridade






O andar carregado de luas e ruas sem fim fins a respeitar os meios
Fios de pandorgas entrelaçadas nos varais da saudade
Tal o jogo de taco na ladeira de barro na minha cidade

A vida passa enrolada, um desenrolar do teórico após
e a gente no fim das contas é um grande enleio
no misterioso destino de procurar o tal algoz

Talvez, caros amigos, ele não exista
Talvez o algoz sejamos “nós”
O riso é fundamental...
Esqueçamos das listas e vivamos na paz