quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Um conto de sarda


Uma menina com sarda
Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina


Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina


A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...


sábado, 25 de novembro de 2017

Tudo ao seu tempo


O que estava tão longe se vê à beira
um toque agora desenha o encaixe
com peças de um quebra-cabeça
guardado pelo tempo
um relógio quebrado não retarda hora alguma
tudo ao seu tempo
e o amor não é cúmplice do meteorologista


Nós

Nós para atar
Nós atados
Nós sem par
Cegos por nós
Nós soltos
Despercebidos
Nós lidos
Esquecidos
Nós para juntar
O inconcebível
Acredito
Em nós para sempre

domingo, 19 de novembro de 2017

Acredite

Eu vejo beijos sinceros e choro
Não me enquadro direito nesse mundo
Acho que morrerei cedo
Mas não posso esperar tanto
Juro não tenho mais medo
Pois tantas vidas vivi e viverei
Vivi tantos reinos
Rainhas, princesas, plebeias
Nunca quis ser rei
Fui e entendi o caminho da felicidade
Linhas e novelos de simplicidade
Colchas e cobertores de muito amor
Tive sorte de ter pais encantados
Destes de contos de fada
Pude com muita vontade e trabalho
Sobreviver com minha escrita
Bendita escrita

Tenho amigos que me abraçam
E eles me confortam e estão sempre comigo
Não são muitos, mas são o bastante
Sofro muito para provar que é o simples que quero
Há um silêncio em mim que grita
E mesmo que tenha errado muito, fui sincero
Em vez de inventar o que seria alegria
Fui ser aprendiz
E aos poucos fui entender o que era ser feliz
Eu choro muito porque aprendi a perceber
Este verbo de ligação que ninguém lê
Tudo é muito rápido, meu amigo
Para ter que sempre olhar o lado ruim
Procure a luz, aquela do fim do túnel
E acredite ela sempre está bem aqui
Não queira ser o dono de toda a verdade
Seja apenas o dono da tua felicidade




quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...

O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...


terça-feira, 14 de novembro de 2017


Quem ama não data.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Há de ser inconveniente
para muita gente
essa minha mania
de me lapidar com o erro
não que isso
me absolva do ato
mas de fato
é preciso atenção
viver bem
é um passo entre

o aprender e o perdão

domingo, 12 de novembro de 2017

Quando a exatidão descobre que a surpresa é fundamental

Baldes de mares teimam em encher dedais
Assim esquecemos os beijos no meio da tarde
Das cartas redigidas a mão


É preciso surpreender
O amor necessita de arrepios e friozinhos na barriga
Amor não tem botão de liga e desliga

Botões que valem de verdade
São os que deliciosamente abrimos para sentir o corpo amado







Solidão


É tarde
a noite arde
é pressa
a lua cresce
é madrugada
a nuvem passa
é frio
o conhaque aquece
e um estopim 
brinca à beira de uma fogueira


Essa chuva

Acende uma chuva aqui dentro
Vindo de um lustre com uma luz fraca
Uma dor conta pingos
Uma espera que o destino crava
Um “não sei lá” que responde tudo
Uma alma que não se lava
Um grito encharcado e mudo
Um querer quase absurdo
Vontade de te ver
Um amor que me faz ser
Tudo aquilo que eu sempre quis ser
E essa chuva que não passa
Autobiografia

Não é meu choro que chora
É a minha vida que agora sorri
Quis partir, quis ir embora
Mas o meu agora sempre foi aqui
Minh’alma é clara e transparente
Se voei demais foi por intenção
E quem não entendeu esses voos
Foi porque não entendeu meu coração
Sempre fui muito feliz
Porque aprendi que a vida é emoção
Não troco abraço de amigo por nada
Não troco beijo da mulher amada
O que errei foi com muita convicção





"Há" tempos

Há tempos
navegar era um ato de remos e lágrimas
Águas que rolavam de rostos
entre ondas que quebravam em gritos
em calmarias que encaminhavam barcos

Há tempos
naufragar era um ato de provocar a sede
Hoje mares moram em copos
Imensidão é uma questão de tato


Segunda-feira após uma solidão de mar

O tempo é um velho professor. 
Escreve calma, paciência, compreensão, claridade

para dizer amor.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

PARA CAU (Luiz Carlos Cancellier de Olivo)

A FORÇA BRUTA
NÃO DEVE CALAR A LIBERDADE
NEM AFASTAR DO HOMEM, A LUTA
NEM AFASTAR DO FATO, A CLARIDADE

UM HOMEM E A SUA HONRA
SUA FALA, SEU ENSINAMENTO
PELO MANTO DA DEMOCRACIA
O ÓDIO NÃO CALA UM PENSAMENTO

SEU DISCURSO FORA ESCRITO
EM CADA MOMENTO DE VIDA
SUA CASA FOI O ENSINO
PROFESSOR ATÉ NA PARTIDA

SUA NUDEZ VESTIU NOSSOS SONHOS
CORAÇÃO, CORAGEM E CONSCIÊNCIA
UMA LEGADO, UMA LIÇÃO
EM NOME DA INOCÊNCIA

QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA
COM OS OLHOS DA IGUALDADE
QUE EM TODO O JULGAMENTO QUE SE FAÇA
QUE SEJA PELA LUZ DA VERDADE

JUSTIÇA, JUSTIÇA, JUSTIÇA
ALIMENTO PARA A NOSSA FOME
ÁGUA PARA A NOSSA SEDE
QUE SEJA FEITA A JUSTIÇA DOS HOMENS

CAU VIVE

quarta-feira, 1 de novembro de 2017



FRASES DA HORA DO CAFÉ


Calor em dias frios, 
rasgos em tecidos finos, 
céu de bocas famintas: 
o grito não atende a previsão do tempo...




O dia tropeça na tarde, mas quem cai é a noite.
Talvez o amor tenha muito mais que claros segredos...



Já virei a página sem ter entendido o livro. 
(Meu amigo, amor não é adivinhação)...
Na minha fala não cabe outra boca que não seja a minha
Não sou guri de recados
Sei que a vida é um aprendizado
E lapidação

A verdade não deve ser segredo
Que fique claro
Já me assustei muito na vida e resisti
para agora ter medo