segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


Quadrinha do querer e da liberdade

Deixe aberta a janela do destino
Para a vida não ficar, assim, tão tonta
E quando, por encanto, tocar o sino
Deixe o amor, em liberdade, tomar conta

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


LIQUIDIFICADOR                                                                                            

Àquele que estudava cartografia
E via seus mapas jogados num liquidificador
Beirava abismos inteiros, e cafés amargos para acordar a poesia
Insônia de mares, pernoites em estradas, olheiras sem cor

Entenda que a sobriedade dos dias passa pela noite e por um bom vinho
Bêbado é o destino, mas é preciso... E ser preciso medida não há
Se todo mundo diz que é preciso ir, por favor, não vá
Multidão é a melhor maneira de se sentir sozinho

Olhos verdes de um gato que percorre em riscos nossa noite
O que sangra, muitas vezes, mora longe do açoite
E se a vida nos coloca a frente de um liquidificador
Deixe-se misturar, o sumo que resiste e colore é o amor

Os pincéis correm por papéis brancos que a vida escolhe
Os desenhos são linhas da nossa alma
Às vezes uma tela demora uma vida, depois se colhe
O tempo é contado por folhas de calendário e por doses homéricas de calma

O que quero em todos os sentidos mora sempre na paz
Não quero o que me faz perder tempo e não poder te beijar ainda mais

A cor

Veja meus olhos; estão mais claros
Assim a claridade veste a cor
Se pensei conhecer o sol, eu não sabia
Todo o sol maior que é o real amor

Entendo agora todo o sentimento
Que explodia e ao mesmo tempo se escondia em mim
Pérolas raras em mares e marés envoltos pelos ventos
Traduzem todas as flores e reinventam o jardim

Carece entender que a felicidade é tecida
Num tear que o tempo desenha aos poucos
Algumas mensagens demoram muito a ser lidas

Algumas verdades são ditas por “loucos”
Veja que meus olhos vestem uma cor
Que tem olhos de rainha e a quem chamo de amor