quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DEZEMBRO de 2009 - Chamadas e Endereços Perdidos

Novamente "brigadu"por tanto carinho, pelas mensagens no blog, pelos emails recebidos, por tudo... escrevo como coração e por isso não canso de agradecer cada palavra que recebo.

Logo atualizarei o blog...
Muitas poesias nasceram, mas não tive tempo de postá-las.
Muito obrigado pelos comentários, emails e mensagens sobre meus rabiscos.

Dike

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NOVEMBRO de 2009 - Pequenas histórias que você imaginou escrever e que de repente aconteceu


Tanto quanto se sente

Ofegante o de repente

Que chega tão frio e não se sente

Que preenche o não ser ausente

Pois é tão rio

E ao mesmo tempo mar corrente

Que de tão sincero, mente

Teu olhar navega instigantemente

O que era toda vida

Vira instante num triste canto

E o que nascera triz

E nada se esperava

Alucina, explode, encharca, vira tanto


Ana II

Mistério de menina

Em olhos de mar

Longe e tão perto

Lábios para sonhar

Fica o olhar

Como fosse imã

Teu corpo me faz viajar

Sinto que

Pelo andar do vento

Lá se foi minha calmaria

Mas ganhei tempo


Ana III

Vejo velas novas

No mesmo mar

Tudo novo na mesma vida

Desejo à queimar retas

Curvas para celebrar paixões

Que de repente deixou de ser secreta

Redescobri assim meu coração


Agora

Agora

Destoa do agora

Depois entoa

Àquela música

Quebra

Dilacera

Sofre

Aprende

Encara

Fortalece o agora

Como se o minuto

Fosse a eternidade

E tua boca o paraíso


Ana

O lençol é bêbado

O anzol é bêbado

O farol é bêbado

O carrossel é bêbado

O acolchoado é são

O caniço é são

O mar é são

O cavalo é são

A alma sã e o corpo não?

A vida sã e a morte não?

Mas teu corpo aquece tudo

Sara tudo

E recupera meu sorriso num beijo


Lobos

Vila Lobos transformou o trem em luares caipiras

E hoje eu viro lobo para beijar a lua

E escutar tuas eternas liras

A música nos ensina a fazer melhor o amor


A dor

Vale-me a dor

Quando a dor

Faz o olhar

Mais claro

Admito o arder

Quando o querer

Me faz “tardiar” o erro

O livro não lido

É o prazer não consumido

Num quase não querer acontecido

E o amor assim é quase


A cor

A minha cor não tem a cor tua

Já teve a tua cor a minha cor

Já chamei amor o que era só loucura

O teu beijo já foi a minha cura

E a lua que era nova e nua

Nascem esquecendo a dor

Éramos torpor

Antes de sermos ternura

Isso preenchia o cedo

E fazia esquecer o temor

Estávamos a um beijo de tudo


Tanto

Atiça a lua o tanto

Um rastro deixa no quarto

E dorme a tristeza sem par

Pois corpos se prendem no ato

Inventa-se assim a eternidade

Independente do próximo minuto

E dorme a tristeza de luto

Pois corpos se atrelam a felicidade

Um canto de mar resgata o barco

Águas de olhos de quem foi náufrago

Pousam asas beijando a embarcação

Pois corpos renascem na lua e na compreensão


Teu olhar

Teu olhar de tantos dias

Faz o meu dia bem feliz

Sem teu olhar não faço poesia

Teu olhar me faz um eterno aprendiz


Teu rosto

Teu rosto é lua tão clara

Sorriso que diz amor

“Lumiar” de jóia rara

E ao mesmo tempo simples

Por isso nasceu flor


O corpo

Lateja o corpo com o cair da chuva

Aumenta a sede mesmo com tantas águas

Existe a mágoa

Existe o frio

Sabemos onde está a luva

Mas não mais a queremos

Barcos à deriva

Sempre em desafio

E uma faca se insinua

Mesmo sem mostrar o fio

Lateja o corpo

Explode a alma

O caminho torto

É bem mais confiável

(frases soltas num liquidificador)


Fuga

Sou fuga porque não claro

Das trevas que nunca fui

A lua que faz ranger os dentes

Em nuances que racham as lentes

De uma paixão ardente

Que transpõem o nexo

Por um triz eterno

Que só quem ama, sente

Que só quem vive, sabe da dor


Primeiro dia do final também é o primeiro dia do reinício

Manhã

Com sol

Com chuva

Imã

De retas

De curvas

Vã e complexa

Completa e clã

Meia noite e meio dia

Num mesmo tempo

Calmaria e vento

E assim se fez

Tudo assim

Diferente

A eternidade

E o de repente

Como se tudo começasse agora

E nada pudesse me deter


Querer

Algumas vezes

O querer

Quando não quer

Disfarça, usa máscara

Vira camaleão

Outras vezes

Transforma o amor

Vira retalhos

Vira solidão


Atemporal

Corpo quente provoca um temporal

Atemporal foi minha paixão

Que agora

Tem data de fim

A lentidão da minha compreensão

Pelo menos preparou o jardim

Uma flor que mora longe

Ainda me faz sorrir

Regar é um verbo de ligação


Esquecimento

Esqueci de vez

Não haveria mais motivo

Nem hora

Não haverá

Mais tempo

Nem compreensão

Apaguei teus sinais de tudo

Tirei a fotografia do criado mudo

E meu amor

Deixou de ter nome

Que venha a surpresa de um olhar primeiro

Que eu ainda não conheço


Misturas

Tinha um gosto de mar no café e ela trouxe a cachaça e a mistura tomou conta da noite e a insônia provocou a tara da poesia e quase sem querer bebi o tanto e as vírgulas e um engov que me olhava atravessado na manhã seguinte


Autobiografia

Não é meu choro que chora

É a minha vida que agora sorri

Quis partir, quis ir embora

Mas o meu agora sempre foi aqui

Minh’alma é clara e transparente

Se voei demais foi por intenção

E quem não entendeu esse voos

Foi porque não entendeu meu coração

Sempre fui muito feliz

Porque aprendi que a vida é emoção

Não troco abraço de amigo por nada

Não troco beijo da mulher amada

Se errei foi com muita convicção


Rubro (Para Mateus)

Cor do coração.

Paixão.

Lance para não esquecer.

Sangue. Veias. União.

Tesourinha, Figueroa, Mateus, Falcão.

Foi Campeão invicto quando nasceu.

79 ano da coroação.

Rubro por todos os cantos, todos os risos, todos os prantos.

Linha de ataque para a emoção.

Rubro de emocionar e nasceu com a pele rubra,

E assim nasceu meu irmão.


Para Florbela

O presente em preto e branco

Na poltrona o passado colorido

O futuro gravado ontem

Roteiro novo de um livro “tantas vezes lido”


Entre a carruagem e o andar

Todo o andar desse mundo

Agora é teu andar

Andar de ilha e de porto

Andar de rio e de mar

Andar de alma e de corpo

Guaíba e Conceição

Praça XV e Redenção

E se a vida assim quiser

Varanda e rede

Areias no pé

E um amor de uma vida inteira

Para contar

Entre a carruagem e o andar

Entre o mar e à beira


Por ti

Vem de ti todo o meu riso

Até o riso que se foi, voltou

Vem de ti em brumas intensas

Incendiando aldeias da primeira emoção

Vem de ti todo o meu pranto

Até o pranto que se foi, ficou

Vem de ti em lumes incandescentes

Iluminando palavras não ditas inteiramente

Vem de ti todo o meu querer

Até o querer que se foi, tatuou

Vem de ti em hiatos latejantes

Recriando o amor em minha compreensão

Só assim preencho tua falta

Com minha saudade e minha solidão

Como um punhal que a mim corta

Busco encontrar meu coração


Duas quadrinhas de nunca e de sempre

Beira o triz

Beira o tão

A flor de lis

Já foi botão

Beira o par

Beira a solidão

A estrela do mar

Já foi constelação


Quadrinha da paixão confusa

A intensidade apaixonou-se por um interruptor

Levou um choque e achou que era amor


Dualidades

Quando fui exato perdi a noção

Quando fui livre me prendi em tua mão

E quando me disseram que era tarde

Aprendi que o tão cedo depende da compreensão

O amor é um risco

Curvas apaixonadas

Sem direção


Poeminha

À noite antes de dormir escrevo solidão no espelho com o creme de barbear

para quando acordar amanhã não esquecer que existe tatuado nos reflexos um verão

que mistura-se aos invernos, aos outono, as primaveras

de um querer independente de estação


Poeminha para Paloma Brum

Cantiga de flor

Abelha fazendo zum

Mel e sal, mar e sol

Retrato de Paloma Brum

Madalena e olhos de voo

A vida fazendo zoom

A flor tatuada em versos

Na pele de Paloma Brum

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

OUTUBRO de 2009 - Classificados de Jornais, mensagens em garrafas e cafés na beira das estradas

As velas

A vela espera o vento
O mar alaga a lágrima
A vela apaga com o tempo
A mar disfarça a água

A vela navega livre e afaga
Acessa tal qual o mar
O tempo espera a água
E a vela se recusa a clarear

A lágrima parte com o vento
Navegações de bocas e luares
A paixão perde-se num tempo
Entre outras bocas e outros mares

Para Leminski

Tudo que é correto demais
Desalinha o mundo, a reta
Um trem fora dos trilhos
Vê coisas que não veria
Se estivesse sempre nos trilhos

Para Leminski II

A verdadeira entrega é feita de coisas escondidas
E fugidias
Assim, a entrega torna-se verdadeiramente transparente
A contradição do dia e da noite foi quem inventou as “18 horas”

Para Leminski III

A chuva bate na porta
Assim, o náufrago aporta

Para Leminski IV


O mar adormece num segundo
No outro acorda o mundo

Para Leminski V

No café da noite
Uma frase rasga o silêncio
Abro um pacote de bolacha e adormeço
Me contaram o final e eu não lembro nem do começo

Para Leminski VI

Não ter o que lembrar é sofrer muito mais quando se tem lembranças
Às vezes a guerra nos faz querer e lutar pela paz

Para Leminski VII

Longe
Esqueci o celular na agência
Quieto
Sem alguém para falar
O mar canta
A noite cai
Como vou acordar amanhã sem despertador?
Preciso me levantar agora

Para Leminski VIII

O que intriga é o interruptor que me atiça
E depois não liga

Escuridão é um elo
Tua foto com o rosto vermelho
Virou um sonho amarelo escondido num livro
Converso com o espelho
E não me entendo

Para Leminski IX

O esquecimento é uma linha que mora longe
Mas rompe perto

Quadrinha de um dia de vento

O vento é cedo
A calmaria vem tarde
O amor dá medo
Quando a paixão arde

Para Cecília

Sou muito tarde
Para um amor tão cedo

Para Leminski e para Betty Blue

O corte que vem d’alma
Foi tatuagem de um grande amor
Cortar é um ato de declamação
A paixão é poda

A flor

O canteiro que hoje flora
Já foi dor
Já foi estio
Já foi rosto que hoje cora
Por um amor que não sucumbiu

Tem uma flor que aflora
Que brinca de tatuar meus sonhos
Continua linda e ainda cora
Quando falo desse amor
Que ainda vive mundo afora
E mesmo com o passar dos anos
Continua agora...

Um versinho para a redenção

Um vento rasga a palavra
Que nasceu para ser inteira
Amor sem dor é corte

Vem com força, ama, sonha e crava
Como sendo paixão primeira
Mas chama de nunca o que já foi norte

Café?

Colocaram café na minha agonia
Colocaram café na minha insônia
Colocaram café na minha alegria
Colocaram café na minha poesia

(Dolores não entende ‘bulufas’ e diz que vai preparar uma boa caipirinha)

Solidão

A solidão dos olhos cheios de lágrimas
A solidão das mãos cheias de calos
A solidão dos faróis cobertos de nuvens
A solidão dos poetas em meio a uma multidão sem versos

Achados

Corre Maria
Corre João
João faz poesia
Maria faz canção
João beija sua nuca
Maria faz nega maluca
E se amam pela noite inteira
Como se tivessem tudo
E eu até acho que eles têm

Nunca

Era determinante o nunca
É o máximo que disse foi talvez
Depois de um “quem sabe”
Acordamos juntos, abraçados

Na outra manhã
Decidi que era a hora do nunca
Olhei fixamente nos olhos dela
É o máximo que consegui foi dizer
“falamos disso amanhã”
Acordamos mais juntos, mais abraçados
E os anos passaram
E a vida passou
E o engano ficou tatuado num lençol

A andorinha e o mágico

A andorinha procura o mágico
Pois ela ouviu dizer
Que mágicos fazem sorrir
E desaparecem para esquecer

A andorinha é tão sozinha
É triste por uma paixão
E pensa que apenas uma varinha
Traga de volta o verão

O mágico ao ver a andorinha
Ficou solene e de joelhos
Disse: “quem voa é feliz
E tirou da cartola seu último coelho

A rua

A rua inteira não canta
Não tem dentes para morder
Nem bocas para sorrir
Nem areias para escrever
Nem telas para colorir

A rua inteira não canta
Não tem palavras para compor
Nem lábios para beijar
Nem lenhas para queimar
Nem frases de amor para dizer

A rua inteira não canta
Não almoça
Não toma café
Não janta

Que alimento essa rua ingere senão o pão dormido que beira agoniado a esperta insônia?

Tortura

Tudo o que agora penso é penso
Desequilibra com a primeira fala contrária
Contrária a felicidade
E tudo que agora penso, cala

Insegurança de um cais que balança o mar
Trêmula mãos de um primeiro encontro
Um sopro que aparenta um forte vento
O destempero dos amantes ao não esconder seus beijos

Tudo o que agora penso é penso
Se move
Engana a frase exata
Desequilibra
Pois as metades pesam diferentes
Difusas
Perdem-se na escuridão
E tudo o que agora penso, apaga



Tempero

Olha o tempero bom que tem... sal da terra e do mar e da poesia de querubins e de andantes de bar... ela é todo mar... Jorge, Ogum, Meu Deus, Oxalá... ela é todo cantar... Olha que tempero bom, vai mel, vai pimenta, vão ervas finas e salsinhas... que tempero bom que ela tem... quando a leio eu misturo bem suas palavras, extraio delas todo o querer... tempero assim meus dias e minhas noites... ah... que tempero bom que ela tem...


I Quadrinhas de outubro

O entardecer da manhã

Anoitece sem entender

Que a razão é vã

Que o acaso dá prazer


II Quadrinhas de outubro

Mora uma moça que amo num porto

Que me faz assim navegar

Longe, muito longe do seu corpo

Naufrago sempre em outro mar


III Quadrinhas de outubro

Procuro uma resposta no e-mail

Nenhuma mensagem no celular

Que saudade do correio

Ou da mensagem em garrafa via mar


Medos

Entristeço

Acendo a luz

A claridade me faz não enxergar

Tua boca perde-se na noite escura,

Que eu teimo, por medo, não beijar


Bia

Bia toca violão

Joga comigo general

Todo o vôo da Bia

Era assim tão natural

Tinha sol no seu olhar

Sua vida tinha sal


Vestido

Leio “Vestido de Noiva”

Nelson virou cotidiano

Nada mais deixa rubra a moça

Nem o passar dos anos

Romance

Foi numa noite na Barra
Ao navegar de canoa
O cantor viu um lume
Que vinha lá da Lagoa
Tinha faíscas de céu
Vestido preto e vassoura

Teu olhar é um feitiço
Linda flor de laranjeira
Um chá bebido num gole
Poção menina faceira
E quando viu o cantor
Nasceu a paixão primeira

Não importa
Se foi bruxa ou princesa
Se foi rainha ou sereia
Se tinha casa na lua
Se tinha castelo de areia
O que vale foi a paixão
Que nasceu nas Rendeiras


Canção do Engenho

Roda a vida, destino

Move o tempo, sereno

Sonha com a moça o menino

E canta a canção do Engenho

Anos 80 nas folhas

Nas folhas dos calendários

Verdes como teus olhos

Olhares incendiários

Gira a roda, moinho

Move o teu coração

As águas onde navego

Nasceram desta paixão

Tenho um Engenho na vida

Feito receita de pão

E gira a rosa dos ventos

Até virar floração

Lua Mansa que arde

Na lembrança viva que tenho

O meu boi volta pra rua

E canta a canção do Engenho

Canta Engenho canta

Deixa o mundo rodar

Se a vida tá cansada

Deixa a vida vadiar

Letra dedicada à: Chico, Muniz e Alisson


Vou encontrar meu final feliz – Minhas mulheres

Amelie

Quirina

Betty Blue

Dolores

Uma flor

Uma narradora

Um amor primeiro

Sete “marias”

Sete nomes

Sete sinais

Minhas mulheres

Minhas paixões

Minhas meninas

Paixões

Eu estou andando sem estrada

Numa cilada que eu mesmo armei

Na boca um beijo guardado

Quase tatuado, resguardado, feito vinho bom

Nas janelas passam cores que eu nunca vi

E eu jogando conversa fora sem cor

As possibilidades são como chuvas

As vezes inundações, as vezes estios, e vão e passam

Quero encontrar minha estrada

E a boca da mulher amada que ainda amarei

Sei que não está tão longe, sinto que arde e vou encontrar meu final feliz

Que vi num filme na sessão da tarde

Chuva

Uma chuva intensa bate à minha porta

Pedindo para me encharcar

Diz que vivo assim muito seco

Sempre com medo de me molhar

Eu quero o amor da minha vida

Feito a música do Cazuza

Nem que seja inventado

Como a poesia que eu fiz e nunca foi lida

A chuva cai e me leva

Não quero mais àquele amor

Pro café

Pro almoço

Pra janta

Quero um amor sincero, sem tempo, sem data,

sem explicações para tudo, para todos, para sempre...

Seco agora só o vinho... que venha a chuva...

Falas

Existe uma sombra na noite que não termina

Passam manhãs, passam dias, meses, anos e ela continua ali

Uma ferida aberta em mar aberto,

Uma vida cansada em corpos cansados,

Todo um grito que não se ouvia,

Agora explode em silêncio e agonia

Ser escritor é uma ferida aberta sempre,

Levamos para a vida tristezas em linhas da mão e precisamos lê-las,

A felicidade precisa de leitura

Mas dói muito, cansa, absorve

Muitas vezes nos entregamos a um silêncio profundo e arrepiante,

Tal o menino de poucos anos vendo um filme de terror e não querendo mostrar medo,

Ou recebendo os carinhos da prima e não querendo mostrar medo

Guardo tudo em si,

Em notas que somente “eu” entendo

Bebo

Todo àquele vinho que sinto,

àquele chileno seco, tinto

trouxe-me palavras que queriam gritar

mudas por tanto tempo

puderam agora falar e em vez de sopros vieram ventos

liberdade começa assim

liberdade para sentir, para viver, para amar

agora posso


Primavera




A flor da pele na primavera arrepia mais, pétala por pétala. Incendeia , faz contato com o luar ... vem e não espera, a presença da pele aflora a flor e provoca o tempo... colher é um beijo entre canteiros e bocas, procuro enlouquecidamente a tua boca.


Recaída

um escorregão, assim mando um beijo de muita saudade

quem sou eu para policiar meu coração?