terça-feira, 26 de abril de 2016

Sempre  

Sempre é uma chuva que não cai sempre
molha aos poucos e desaparece sem aviso
Sempre é um caminho que não está no mapa
e anda aos poucos e desaparece na estrada
Sempre é um menino de nome acaso

que beija sempre a menina de no
me talvez

domingo, 24 de abril de 2016

Esse Olhar

Ai esse olhar
Que tu sempre pega
Olhar de esfrega
De calor, de paixão
Olhar que come
Que fome
Ai esse olhar
Que me entrega
Sede
Vou te beber inteira.. gomo por gomo... gota por gota...
limão, bergamota, laranja...
sumo do suco que alimenta, agiganta... 
entendes, sei que entendes, minha sede...

sábado, 23 de abril de 2016

Lareiras
O meu corpo veste roupas novas
minha alma rejeita
não acolhe
ela quer o velho cachecol do tempo
que aquece minhas velhas poesias

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Abril
A linguagem da liberdade
tem uma boca faminta
que engole o mundo e as palavras
e guarda no coração milhões de tintas...
Uma aquarela de vidas,
uma festa profana e ao mesmo tempo tão distinta.
Enamorada pelo encontro
e apaixonada pela partida.
abriu o livro,
abriu a porta,
abriu o tinto seco,
abriu a carta
(Depois de um março com chuvas...abril...)
A tecelã

Tem uma fada na noite
Que tece mantas para os dias frios
Cachecóis de linhas tênues
Boas casas, qualificados fios
Bordados de amor latente
Frisos finos e corações enormes
Beijos de mares, namoros de rios
Enquanto depois de tanto trabalho
A fada sonha e desperta a cor do tanto
Os sonhos da fada colorem
Todos os sonhos que dormem
Num mágico e doce encanto
Que nossos corpos tais encantadas conchas
A cozer as tais apaixonadas linhas
Eternizem almas, cochilem de conchinhas
Aquecidas pelo amor, eterno manto


quinta-feira, 21 de abril de 2016

que tenhamos amor e coerência... o restante

é consequência... ainda acredito que a

diversidade de ideias pode nos levar a

 solução... mas coloque sentimento na

 discussão... amor no coração e calma

 quando se deparar com uma opinião

diferente... o ódio afasta o encaminhamento...

 a simplicidade pode ser o caminho, o resto é

 desvio... GRANDE FERIADO A TODOS...
O egoísmo é falta...

falta do que já se tem...
Quando a exatidão 
descobre que a surpresa 
é fundamental

Baldes de mares teimam em encher dedais
Assim esquecemos os beijos no meio da tarde
Das cartas redigidas a mão
É preciso surpreender
O amor necessita de arrepios e friozinhos na barriga
Amor não tem botão de liga e desliga
Botões que valem de verdade
São os que deliciosamente abrimos para sentir o corpo amado
O corpo
Lateja o corpo com o cair da chuva
Aumenta a sede mesmo com tantas águas
Existe a mágoa
Existe o frio
Sabemos onde está a luva
Mas não mais a queremos
Barcos à deriva
Sempre em desafio
E uma faca se insinua
Mesmo sem mostrar o fio
Lateja o corpo
Explode a alma
O caminho torto
É bem mais confiável

domingo, 17 de abril de 2016

Cartografia

Engoliu a seco para lavar a alma... Naufragou, logo a seguir respirou e ao levantar a cabeça avistou novas terras... Acabei aprendendo com a cartografia o prazer de me perder, o prazer de desejar sempre a liberdade, seja qual forem os cursos d’água... Vou bem entre minhas loucuras e as fotografias amareladas que ainda guardo. Vejo o futuro com bons olhos e o amor parece que floresce, logo posso colhê-lo... quem saberá... Infinitamente eu me permito parar de vez em quando... Nesse momento, aí eu ando...




Conversas
Ainda assim, acredito em minha varanda, em minha rede, em minha poesia... acredito que tudo é simples demais e complicamos tudo. Ainda assim, acredito em andar de mãos dadas, em dormir de conchinha e outras posições de encaixes. Ainda assim, sigo a buscar, a "me" perder, a "me" encontrar e, tenham certeza que o tempo passa rápido
demais e precisamos aproveitá-lo com muito amor, em todos os sentidos. Ainda assim, continuo a passear na praia, a escutar as gaivotas e a todo o momento resgatar o menino que mora dentro de mim. Às vezes me pergunto se estou no mundo certo. A resposta vem rápida: com certeza, não.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Chuva, sol, lua e mar

A chuva era uma moça fina.
Cheiro de leite. Flor da idade.
E, com seu jeito de menina, não sabia que no fundo,
poderia ser uma tempestade.

O sol imaginava-se sempre repleto.
Pelo seu brilho não temia nada.
Achava-se o mais belo, o mais completo.
Chorou, quando conheceu a madrugada.


A lua, mulher de olhos ardentes,
emoldurada por estrelas,
procurava entre tantas lentes,
alguém que desejasse realmente tê-la.

O mar era um velho pescador,
com tesouros escondidos n’areia...
Diz que nunca conheceu o amor,
vive nas esquinas entre sereias...


terça-feira, 5 de abril de 2016

Cafés de Março

Escrevi saudade na margarina. 
Bebi assim café contigo.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Um verso de pé quebrado
Um verso de pé quebrado deixa recados no gesso.
Ninguém passa nesse mundo,
falando de amor e saindo ileso...
Um verso de pé quebrado demora um pouco mais para chegar.
Mas rima luares com ondas e mares,
e canta como quem se encanta em cantar...
Febre
Uma sensação sem cor me atravessa.
Embora não fale, não cala.
Invariavelmente estanca cada passo meu.
Um punhal ferindo a própria ferida.
Um jogo onde a dor supostamente venceu,
Sem que a existência se desse por vencida,
Ficando exposto aquilo que o poeta ainda não escreveu...
Assim fica entendido o mágico encanto dessa vida.
A vida é uma longa febre.