quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

 



Quanto vezes a gente se afoga
Num mar que a gente inventou?

Quantas vezes a gente se joga
Num chão que a gente minou?


quinta-feira, 11 de novembro de 2021




Meus amores estão nas entrelinhas 
de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina 
de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos 
e seda e chita
costurei uma colcha quente 
de lembranças
para acalmar meus invernos

terça-feira, 9 de novembro de 2021

 


Meu olhar inteiro quando quer falar 

Diz nas entrelinhas o que quiser

E as entrelinhas são estrelinhas de algum céu

Que me abraça, me ama e deixa recados no papel

 

Meu olhar inteiro se faz quando vê a harmonia dos meus passos

Tal laços a coser casacos e a beijar sem medo a boca amada

Infinitamente sou meu querer quando sinto que não há cilada

 


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 


Antes de dormir

escute bem os acordes

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 



Entre um café e outro

...


Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

...

Enfim, fica tatuado um beijo no teu coração, pra te sentires beijada sempre...

...

Lembrança é a ferrugem pelo arame da saudade...

...

Agora meu mundo estava mais próximo, não sei “próximo do que nem de onde”, mas, com certeza, estava mais próximo de algum lugar.

Lugar é um grande pássaro que adora viajar, em bandos, em bares, em mares...

...

Acordei ontem ao lado de três reticências...

...

Não me venhas falar de falta de espaço, no mesmo momento em que olhas para o céu...

...

Quem inventou o frio não te conhecia...

...

O que o mar tem pra contar, ele canta.

 



Entre um café e outro

...


O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

...

A alma tem em sua face um luar... claridade, quase uma febre, que nos acende por dentro... o amor tem alma, muito mais do que corpo, o amor é querer estar junto mesmo na distância, o amor sempre aquece nosso rosto, feito um sopro

...

O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome

...

Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...

...

Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...

Já virei a página sem ter entendido o livro.
(Meu amigo, amor não é adivinhação)...




O amor compromete

Assim como tem compromisso a lua e o luar
O amor compromete
Assim como a areia gosta de ser molhada pelo mar
O amor compromete
Assim como jura compromisso a terra para o colher
O amor compromete
Assim como o querer que gosta de comprometer
O amor compromete
Assim com o sol compromete-se com o dia
O amor compromete
Assim como minha poesia se compromete com teu olhar
O amor compromete
Assim como meu cantar compromete-se cm tua folia
O amor compromete

Assim como meu ombro tem compromisso com teu calar 

 



Morde, assopra e cura      

Amo sempre como nunca.
Ainda é cedo para amar tarde.
Paixão é mercúrio.
Amor é mertiolate.


 



Quadrinha do querer e da liberdade

Deixe aberta a janela do destino
Para a vida não ficar, assim, tão tonta
E quando, por encanto, tocar o sino
Deixe o amor, em liberdade, tomar conta





LIQUIDIFICADOR                                                                                            

Àquele que estudava cartografia
E via seus mapas jogados num liquidificador
Beirava abismos inteiros, e cafés amargos para acordar a poesia
Insônia de mares, pernoites em estradas, olheiras sem cor

Entenda que a sobriedade dos dias passa pela noite e por um bom vinho
Bêbado é o destino, mas é preciso... E ser preciso medida não há
Se todo mundo diz que é preciso ir, por favor, não vá
Multidão é a melhor maneira de se sentir sozinho

Olhos verdes de um gato que percorre em riscos nossa noite
O que sangra, muitas vezes, mora longe do açoite
E se a vida nos coloca a frente de um liquidificador
Deixe-se misturar, o sumo que resiste e colore é o amor

Os pincéis correm por papéis brancos que a vida escolhe
Os desenhos são linhas da nossa alma
Às vezes uma tela demora uma vida, depois se colhe
O tempo é contado por folhas de calendário e por doses homéricas de calma

O que quero em todos os sentidos mora sempre na paz
Não quero o que me faz perder tempo e não poder te beijar ainda mais




Estio

Lá no meio do deserto mora 

uma única gota d’água...


Filha de uma chuva rara e de um poeta sereno.

É lá que os sonhadores matam a sede. 



Seca

Que chuva tamanha que beija a seca,

A minha seca boca.


Chuva que molha as roupas do passado


E dá febre.



Uma febre tamanha que queima a seca,


A minha seca boca.


Uma sensatez louca.


A previsão é que a chuva tamanha não pare,


Então, que encharque. 

 


Frases soltas presas ao tempo

A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias

 



Pequena cantiga de uma manhã de domingo abafada e com vento

Meu coração mistura-se com o título
Minha poesia, ofegante, bebe num gole só um copo de lua
A vontade minha era estar na sua...

na sua vida

na sua linha

na sua rua

 


PERDA


Eu perco a hora, o ônibus, o caminho pensando em ti
Talvez encontre o amor enquanto te perco

 


Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...
E quando quiseres...
Toma meu coração. 

 


O coração explode... 

um arrepio grita teu nome... 

a esquina foi tatuada com minha sede.... 

e tua ausência me dá fome

 


Faltas
          
Lá vai Quirina buscar sede num copo.
Lá vai Quirina buscar fome num prato.
Lá vai Quirina buscar amor numa esquina.
Lá vai Quirina buscar paz num rapto.

(Lá vai Quirina buscar o mundo num dedal)...

Um conto de sarda

 


Uma menina com sarda

Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina

Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina

A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...

sábado, 30 de outubro de 2021

Manhãs e o tempo

 


Um amanhecer mora na boca quando vem o café...

Sou manhã quando eu quiser...

Meu relógio não adianta, ele não quer...

O hoje faz acordar...

Agora é um tempo que não se pode perder...

 

Coisas da chuva

 


Meus olhares chuvosos

De manhãs que nem sei

Sou aquilo que faço

Minha vontade não é de ninguém

E se não sei do fato

Eu digo “não sei”

 

Meus passos molhados

De tardes que nem sei

Sou aquilo que ardo

Meu arder não é de ninguém

E se não comento o rapto

É por que não entendo da lei

 

Meus pensamentos encharcados

De noites escuras de insônia

Sou aquilo que sonho

Meus sonhos são asas dos meus amores

E se não alardeio meus desejos

É por que eles também pertencem a alguém

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

 




Um amanhecer mora na boca quando vem o café...
Sou manhã quando eu quiser...
Meu relógio não adianta, ele não quer...
O hoje faz acordar...
Agora é um tempo que não se pode perder...

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Quando a exatidão descobre que a surpresa é fundamental

 


Baldes de mares teimam em encher dedais

Assim esquecemos os beijos no meio da tarde

Das cartas redigidas a mão

 

É preciso surpreender

O amor necessita de arrepios e friozinhos na barriga

Amor não tem botão de liga e desliga

 

Botões que valem de verdade

São os que deliciosamente abrimos para sentir o corpo amado


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 


A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias

 



Luas
           
Repartiram os traumas, juntaram as camas, as coxas, as crises.
Alugaram um quitinete.
Compraram fogão, geladeira e uma garrafa de vinho branco.
Trocaram olhares maliciosos, penduraram um quadro, 
contaram até quatro.
Ah! Era quarta.
Beijaram-se muito, muito mesmo.
Perderam o ar, os sentidos e uma pulseira que ela ganhou da tia.
Juraram amor eterno.
Ele, vestiu seu único terno.
E foi tentar, tentar, tentar.

Já era quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, quarta de novo...

 


As emoções chorando
minha alma quase quarando
tal roupa no varal de casa
deixa o sol
deixa o sol
invadir minha asa

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Colcha de Retalhos





Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Origami

 




Dobraduras do tempo.
Harmonia.
Calma.
Concentração.
A vida é assim.
Dobras com cuidado.
Dobras com carinho.
Dobras com cautela.
Dobras com exatidão.
Dobraduras do tempo.
De repente a imagem, o fato, a construção.
Meu coração origami reinventa-se e “se” dobra.

Carta de uma bruxa

 



Guardo numa caixa
Numa caixa de música
Uma carta de uma bruxa
Falando de amor e de medo
Disse que era segredo
Para guardar no coração
Um dia mostrar para o Engenho
E fazer dela canção
Arde o tempo
Sopra o vento
Vela aberta na Conceição
Arde o tempo
Sopra o vento
Amor é ave de arribação

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Sonhos de menino

 


Um menino que nasceu em Torres e de mar em mar se fez, acredita ainda em flautas mágicas, e nas histórias de "era uma vez"... cresceu, correu mundo, virou pai, virou avô... e sempre disse baixinho "sou um eterno sonhador e aprendiz" e a criança que mora em mim vive assim até hoje... feliz... Gratidão a minha mãe e ao meu pai que entenderam que àquele menino só queria escrever... Beijos minhas sobrinhas Olívia e Alice, minhas Músicas Luiza e Marina, Beijos Maia e Guto, Beijos Bruno, Cauê e Lucas... O Balão continua Mágico...

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Tempos Modernos Ultrajados

 


Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De mitos, de livros não lidos

De homens acuados

De rios poluídos

De mulheres violentadas

Ultrajadas, reprimidas

Num Brasil que mata o pobre

Num Brasil sem arte e sem comida

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De lamas a cobrir mundos

De inundar sonhos perdidos

De sorrisos fuzilados

De famílias dizimadas  

Apologia ao bandido

Na sarjeta dormem crianças

Num sistema sem sentido

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De leis a proteger o forte

De bússolas a esconder o norte

De mortes que morrem caladas

De gritos e apelos enterrados

Pelo poder da milícia

Os lixões são pratos feitos

Nas valas 600 mil vidas

 


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

 


Seja leve e simples
Faça dos sorrisos, asas
Permita-se
Mesmo que as placas digam não
Pois quem lê a alma
Faz feliz o coração

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

 Autobiografia

Não é meu choro que chora
É a minha vida que agora sorri
Quis partir, quis ir embora
Mas o meu agora sempre foi aqui
Minh’alma é clara e transparente
Se voei demais foi por intenção
E quem não entendeu esses voos
Foi porque não entendeu meu coração
Sempre fui muito feliz
Porque aprendi que a vida é emoção
Não troco abraço de amigo por nada
Não troco beijo da mulher amada
O que errei foi com muita convicção


 Para Márcia:


Eu rio muito contigo...
Chego a ser mar...

 O que me faz sonhar

é o que me acorda

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

 A saudade

Saudade é um canto quieto, emocionante, tocado, inquieto
Uma casa sem teto que não deixa o sereno cair
Uma calçada sem lado que beija o jardim
Uma estrela cadente que docemente nunca cai
Um imenso vazio repleto de tudo envolvido
Um tempo surgido por querer sempre querido
Que deixa no canto do quarto um eterno ai

O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...

A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

 O coração explode... 

um arrepio grita teu nome...

a esquina foi tatuada com minha sede....

e tua ausência me dá fome...

 Vontade


Pela maçã do teu rosto
eu esqueceria qualquer paraíso

São asas o que minhas velhas janelas escondem... O tempo voa.

 Quando a chuva cai na terra, 

ouço um som de beijo...

 Quem ama não data

 Mora um vento em mim,

que não me leve as reticências...

 Mora um vento em mim,

que não me leve as reticências...

 A falta

A exatidão da falta
A presença da falta
Sem ata
Sem data
A falta
A instransponível falta
A marcante falta
Sem salsa
Sem valsa
A falta
A intragável falta
A visível falta
Sem máscaras
Sem vísceras
A falta que preenche tudo
Todo o espaço para a falta

Faltas


Lá vai Quirina buscar sede num copo.
Lá vai Quirina buscar fome num prato.
Lá vai Quirina buscar amor numa esquina.
Lá vai Quirina buscar paz num rapto.

(Lá vai Quirina buscar o mundo num dedal)...

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

 Linhas passam


Passam fios
Passam trens
Linhas passam
Passam frios
Passam além
Nossas linhas podem costurar
o destino de alguém
Por isso preste atenção, tome cuidado,
das linhas que passam ao teu lado,
enleadas a pedir socorro
e que tu chamas de "ninguém"

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

 Sobre Felicidade

Guardei por muitos anos pedaços de tecidos, livros lidos e palavras dos amigos.
Hoje tenho uma colcha a me abrigar do frio, tenho memórias e lições que aprendi em tantas páginas e na memória, conversas com meus amigos falando de lealdade, justiça e amor. Se não juntei dinheiro, juntei momentos, coisas e sentimentos que regam minha vida e isso me faz muito feliz e isso me faz sorrir.

Alimento


Minha boca
gosta do
gosto da
tua...
Em todos os sentidos
Em todos os gemidos
Minha boca
gosta do
gosto da
tua...
Em todos os lugares
Em todos os luares...
Minha boca
gosta do
gosto da
tua...