sábado, 31 de agosto de 2019


Meu

Eu tenho um mar atrás de casa
É minha asa
E ninguém é obrigado
A se banhar

Um andar de tanto tempo

Eu tenho um andar de tanto tempo, de tempos que eu vivi, dos tempos que eu sonhei,
Dos tempos que nem senti...
Eu tenho o cantar de tanto tempo, de tempos que eu morri, dos tempos que eu passei,
Dos tempos que nem pedi...
Eu tenho as cicatrizes de tanto tempo, de tempos de tantas marcas, dos tempos de tantos riscos, que me machucavam a pele...
Eu tenho os beijos de tanto tempo, de tempos que eu amei, dos tempos que eu chorei,
Dos tempos de tantos sorrisos, que encantavam meus passos...
Eu tenho na memória tantos tempos, cantos que eu procurei, letra e música, coração e voz, de tempos que eu cantei...
O tempo é um menino, destino de horas e de cores, lugares de esperança e amores, de fins e de rancores...
O tempo é instrumento de procura, instrumento de recuperação, é agua, é pão, alimento que traz candura,
Dê ao tempo o tempo teu, com carinho, com atenção, dê ao tempo a compreensão, o afeto e a ternura... pois ele, com certeza, meu amigo, bem tratado, com cuidado, é a real cura... para tudo.

Embriago-me pelo tempo
Bêbado tempo
Que me faz dançar
Ternos que usava
Músicas que ouvia
O tempo vem e me abraça
E assim entre minhas vidas
E a eternidade
Eu faço minha poesia
(sou suor, sou amor, sou utopia
E quando não mais poder cantar
Eu serei vento... Jamais me calarão)


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A vida vem e “vança”
A gente encara e dança
E a dança traz movimento

Dai vem o vento e balança
A gente se equilibra e voa
E se esquece do lamento
A vida vem e “vança”

E a gente diz: abocanhe
Mesmo que lanhe
A gente abraça

quinta-feira, 29 de agosto de 2019


Desejo

Se não posso sentir
mais do que tu me permites
ainda assim sigo sentindo
tudo aquilo que não sentes
e, quando feres os meus olhos
com teus limites,
correm em minhas veias
desejos repentes
Ao contrário do que vês,
não sou tão pura,
pois minha boca
solta uma mulher ardente
enquanto crês que me tens,
sou vã procura
embora aches que sou completa,
vejo-me doente...
Ao passo que vives encanto,
sou tortura
e, quando vivo em brasa,
és decente
O que faço por amor
chamo loucura
Talvez, por isso,
eu seja inocente...





Frases entre um café e outro


Lá no meio do deserto mora uma única gota d’água...
Filha de uma chuva rara e de um poeta sereno.
É lá que os sonhadores matam a sede.

Usava alvejante na alma e ninguém via a tristeza contida

Ao ver o mar mergulho e sempre mergulharei.
Como ter sede de mar e não naufragar algumas vezes?

Pela maçã do teu rosto
eu esqueceria qualquer paraíso

A mudança começa em nós. É preciso desatar.

O relógio está quebrado.
A carta não tem selo nem CEP.
A mensagem bebeu a garrafa.

Que o simples vença o tão confuso.
Que seja importante me faltar um parafuso
para que eu possa enlouquecer em mim.

Todo mundo tem escolha
A felicidade pode ser um estalo
Como quem dança num papel bolha

Nada é exato. O resto da vida pode ser o próximo minuto ou os próximos cem anos...

Quem ama não data.

Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

Lembrança é ferrugem pelo arame da saudade...

A flor da pele pode não ser rosa.

O dia tropeça na tarde, mas quem cai é a noite.

terça-feira, 27 de agosto de 2019


Sempre é uma chuva que não cai sempre
molha aos poucos e desaparece sem aviso
Sempre é um caminho que não está no mapa
e anda aos poucos e desaparece na estrada
Sempre é um menino de nome acaso
que beija sempre a menina de nome Talvez

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

tece fios do luar

com novelos celestiais

por cobertores sonhado
s

aquece o que faz cantar

protege o que traz a paz

e o beijo voa até o corpo amado

domingo, 25 de agosto de 2019

Fernanda Young
quem faz arte não parte

A saudade

Saudade é um canto quieto, emocionante, tocado, inquieto
Uma casa sem teto que não deixa o sereno cair
Uma calçada sem lado que beija o jardim
Uma estrela cadente que docemente nunca cai
Um imenso vazio repleto de tudo envolvido
Um tempo surgido por querer sempre querido
Que deixa no canto do quarto um eterno ai






Feitiço de Áquila

A menina Chuva procurava o menino Estio
Ela corria para o mar
Ele corria para o rio
No inverno ele era quente
No verão ela era frio
Mas por tanto amor envolvido
O Jardim Vida de repente
Floriu




Deixa

Deixa minha bagunça fazer dançar minh’alma
E quando me faltar a calma
Eu me pegue a sorrir
Deixa a confusão me permitir o acaso
E quando meu mergulho for num lago raso
Eu me salve nas águas do teu corpo
Deixa a minha cara rubrar
E quando me faltar o ar
Eu me pegue a respirar sem desistir
Deixe eu gostar de poesia
De viver minha alegoria
Sem comprometer o que acredito
Não sei o que é feio nem o que seja bonito
Sei da compreensão e respeito pelo todo
Não gosto de mentira, de traição, nem desse lodo
Gostaria somente de poder viver
Sem usar o outro, sem fazer do outro um degrau
Não quero definir o bem nem o que seja mal
Sei que a transformação nasce em cada um
Deixa eu tentar dizer minha poesia
Deixa eu tentar colorir o meu dia
Deixa eu tentar alegrar minhas crias

Tem gente que não admite os meus tentares
Meus quereres
Minhas alquimias

Deixa assim
Eu não quero aprovação
Aprendi a viver com o não
Deixa eu escutar Chico, ler Quintana e procurar meu sim




Nem tudo é todo

Nem toda a hora é clara
Nem todo o ovo é gema
Nem toda a correria é risco
Nem todo o lápis desenha
Nem toda a frase é lema
Nem todo o amor é sina
Nem toda a teoria condena
Nem toda a prática ensina



Buscas

Buscamos soluções em infernos
E no céu de nossa boca
Mora a palavra exata



Dos perigos

U´a alma escancarada é um perigo
Eu não ligo
Sofro mais aqui e ali
Mas vivo


Frases e rasgos

Usava alvejante na alma e ninguém via a tristeza contida


Pequena canção para entender a lágrima

Imagino a lágrima tal a vertente de um rio.
Insinuo que existem correntezas e calmarias no curso.
Minhas tristezas e minhas alegrias são meu leito.
Entendo o pranto como fosse um deserto a inundar o mar...


Cochilo                                                                                                                           
Meu abandono tem sono e acorda em teus braços quase sempre.



Sobre o amor

Ao ver o mar mergulho e sempre mergulharei.
Como ter sede de mar e não naufragar algumas vezes?


...
O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome

...
Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...

...
Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...
Já virei a página sem ter entendido o livro. (Meu amigo, amor não é adivinhação)...

Origami

Dobraduras do tempo.
Harmonia.
Calma.
Concentração.
A vida é assim.
Dobras com cuidado.
Dobras com carinho.
Dobras com cautela.
Dobras com exatidão.
Dobraduras do tempo.
De repente a imagem, o fato, a construção.
Meu coração origami reinventa-se e “se” dobra.
Esse Olhar

Ai esse olhar
Que tu sempre pega
Olhar de esfrega
De calor, de paixão
Olhar que come
Que fome
Ai esse olhar
Que me entrega


Sede

Vou te beber inteira...gomo por gomo... gota por gota...
limão, bergamota, laranja...
sumo do suco que alimenta, agiganta...
entendes, sei que entendes, minha sede..

sábado, 24 de agosto de 2019

A terra queima, 
a natureza implora, 
a vida arde.
É preciso reagir.
Já é quase muito tarde.
As parceiras

Bebem noites, mas adoram café da manhã...
Mastigam palavras poeticamente,
e cinicamente arrotam desaforos...
Conversam com anjos.
Passam os finais de semana no inferno.
Compram tapetes na feira livre.
Adoram tapetes voadores e persas...
Riem com cumplicidade e choram do mesmo modo.
Possuem palavras doces,
que transformam em cicatrizes outras palavras...
Mudam a sala a toda hora.
Fazem as malas a todo instante.
Adoram samambaias e cult movies.
São contraditórias,
mas nós amamos suas histórias...
E por paixão e risco nos entrelaçamos a elas...

(As parceiras não tem nexo. Nem sexo devem ter.
São línguas, do hiato ao plural. Muito de transbordar nada,
pouco de preencher tudo)

São assim as parceiras,
que muitas vezes nem primeiras são...
As parceiras são pele e flor.
Viver sem elas seria cômodo demais.
Capitu


Quando conheci Capitu
capitulei
desenganei

a confiança é um conto
um Machado afiado
uma colcha de retalhos
com bainhas de linho

quem nunca se sentiu Bentinho?
Colcha de retalhos

Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos
Versos portugueses

É meu cansaço que me ergue
no exato momento em que me falta o ar
mesmo que minhas pernas se neguem
meu desejo me faz andar

Estanca de repente também meus ais
nenhuma palavra, nenhum gemido, nenhum gosto
minhas dores aportam em meu cais
engulo a seco e disfarço as lágrimas em meu rosto

Às vezes para seguir é preciso conviver com a dor
um espinho no pensamento, um punhal preso ao peito
uma luta incessante da escuridão com a cor
como se houvesse pregos em toda cama que deito
Frases soltas presas ao tempo

A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias

sexta-feira, 23 de agosto de 2019



O canto que ela canta me encanta
Ser parceiro dela é claridade
Nossa sintonia nos abraça
Amor é felicidade

Minha homenagem à essa pessoa iluminada
Quando faz uma música
faz uma música para “#todomundo

Pois amor tem que fazer sorrir

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A terra queima, 
a natureza implora, 
a vida arde.
É preciso reagir.
Já é quase muito tarde.



segunda-feira, 19 de agosto de 2019




Luas
           
Repartiram os traumas, juntaram as camas, as coxas, as crises.
Alugaram uma quitinete.
Compraram fogão, geladeira e uma garrafa de vinho branco.
Trocaram olhares maliciosos, penduraram um quadro, contaram até quatro.
Ah! Era quarta.
Beijaram-se muito, muito mesmo.
Perderam o ar, os sentidos e uma pulseira que ela ganhou da tia.
Juraram amor eterno.
Ele, vestiu seu único terno.
E foi tentar, tentar, tentar.
Já era quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, quarta de novo...



Quando a exatidão descobre que a surpresa é fundamental

Baldes de mares teimam em encher dedais
Assim esquecemos os beijos no meio da tarde
Das cartas redigidas a mão

É preciso surpreender
O amor necessita de arrepios e friozinhos na barriga
Amor não tem botão de liga e desliga

Botões que valem de verdade
São os que deliciosamente abrimos para sentir o corpo amado
Aos quinze anos (Como da vez primeira)

Minha pele faz-se papel
Pergaminhos de poesias à flor dela
Arrepios ao ouvir teu nome
Meus poros feitos sonetos de Florbela

Meu encantamento percorreu tantos anos
Mantido intacto, mantido sereno
Muitas vezes disfarçado de abandono
N´outras esperançoso por um aceno

É este amor que eu canto agora
Amor maior de uma vida inteira
Que incendeia, colore, cora
Como da vez primeira

Não é por acaso que teu nome tem Mar
Pois naveguei sem cansar, pois vivi sem desistir
Minhas velas seguiam por sentir teu ar
Lembrar de ti era uma forma de existir


Um conto de sarda

Uma menina com sarda
Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina
Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina
A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...
Arte: Carol Salles


segunda-feira, 12 de agosto de 2019


Preciso

Todo o céu esconde uma chuva
E chuva cai para limpar o céu
E linhas erguem sonhadoras pandorgas
E dobras desenham barquinhos de papel

É preciso de água para lavar a alma
E não ter mágoa para limpar o cobertor
É preciso de coragem para manter a calma
E não ter medo para entender o amor

Toda a chuva esconde um céu
E o céu cai para limpar a chuva
E sonhadoras pandorgas sonham com linhas
E barquinhos de papel desenham dobras

A verdade não necessita de luvas

Chuva, sol, lua e mar

A chuva era uma moça fina.
Cheiro de leite. Flor da idade.
E, com seu jeito de menina, não sabia que no fundo,
poderia ser uma tempestade.

O sol imaginava-se sempre repleto.
Pelo seu brilho não temia nada.
Achava-se o mais belo, o mais completo.
Chorou, quando conheceu a madrugada.

A lua, mulher de olhos ardentes,
emoldurada por estrelas,
procurava entre tantas lentes,
alguém que desejasse realmente tê-la.

O mar era um velho pescador,
com tesouros escondidos n’areia...
Diz que nunca conheceu o amor,
vive nas esquinas entre sereias...

Inspirações

Toda vez que me permitia
Recorrer ao que não sabia
Brilhava os olhos do acaso
Iluminando meus dias!

Manuel dava bandeira
Para uma musa Cecília
Toda vez que se permitia
Recorrer ao que não sabia!

Que seriam dos anjos de Augusto
E das pessoas de Fernando
Se todas as palavras da boca
Passassem no mundo voando?

Toda vez que me permitia
Recorrer ao que não sabia
Quintana conversava na varanda
Iluminando meus dias!

domingo, 11 de agosto de 2019


DISTÂNCIAS

Estou longe de mim
E o tão perto
De tão perto afasta

Entenda, não é uma contradição
É uma claridade
Que muitas vezes me arrasta

Não sou santo
Nem quero a vida casta

Distância é uma condição
Esquecimento, ás vezes, não basta


quinta-feira, 8 de agosto de 2019



SAUDADE DE (SAUDADES EXTREMAS)

Preciso de Nicanor, de Melchior, de Maca, de Mu, de vô Dike, Preciso de Mercado, de seu Zezinho, de Beto, e de Thesta
Preciso de Medieval, de Kibelândia, de Noel, de Neto, de Nilson do Amendoim
Saudade de seu Alvim e de Ilhéus,
Parece mensagem em código, mas não é

Enquanto o mundo queima, eu trago... boas lembranças



PEQUENO RABISCO PARA CLÁUDIO SCHUSTER

Eu preciso de boteco. Não nego.



DISTÂNCIAS

Estou longe de mim
E o tão perto
De tão perto afasta

Entenda, não é uma contradição
É uma claridade
Que muitas vezes me arrasta

Não sou santo
Nem quero a vida casta

Distância é uma condição
Esquecimento, ás vezes, não basta


QUANTA


Tanta tua alma
Lágrimas assim
Tão claras
Transparência de mar
Quanta querência a cutucar a vida
Quanta intenção contida
A querer se encontrar

segunda-feira, 5 de agosto de 2019


Colcha de retalhos  

Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos

domingo, 4 de agosto de 2019


Assim

Que desatino de vida, que maçaroca doida e doída, que vai assim, feito punhal, a desbravar o meu peito. Esse peso nos ombros, essa luta para defender o que é de direito.
Que o amor seja a costura, chuleio de colchas que nos abrigarão de noites frias, um canto de tanto tempo a trilhar nossos momentos, essa luta de fazer o que precisa ser feito.
Procure o abraço antes do grito, procure o amigo antes do medo, entenda que como está esse mundo, só o mar do entendimento te fará navegar, essa luta para mostrar que as velas precisam de mar.









Vida

A vida não é lenta
Fecha-se os olhos
Trinta
De repente cinquenta
É preciso coragem
Para entender
Toda a paisagem
Toda a passagem
É preciso entendimento
Amor é alimento
É preciso entender as calmarias
E respeitar também as forças do vento
A vida, pois, é breve
E breve também é muito tempo
Aproveite cada momento
Como fosse uma lição, um ensinamento
(Vigiai tuas ações,
encoraje teus receios
por que na verdade
somos passageiros
e é preciso viajar sem medo)


A saudade

Saudade é um canto quieto, emocionante, tocado, inquieto
Uma casa sem teto que não deixa o sereno cair
Uma calçada sem lado que beija o jardim
Uma estrela cadente que docemente nunca cai
Um imenso vazio repleto de tudo envolvido
Um tempo surgido por querer sempre querido
Que deixa no canto do quarto um eterno ai




Alerta

Antes de dormir
escute bem os acordes


D’alma

Acredito em pandorgas 
porque acredito nos ventos


Rabiscos

A vida corre... a vida atropela...
a vida passa feito novela...
minha poesia em papel de pão me alimenta
é preciso acordar todas os dias
com um “ eu te amo “ na boca
para a vida ter sentido



A gentileza nos traz a leveza e leves somos mais inteiros e a integridade nos fortalece. Se em alguns momentos a queda é inevitável, nestes momentos lembramos do abraço que foi tatuado em nosso coração e nos reerguemos. Existe um sol chamado amizade e ele é toda a diferença numa noite onde não se vê nada.