quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Aparentemente o querer transparece

Quase por quase não querer que o espelho enxerga não querendo ver
Num instante presume que o amor é constante, noutro beira o acaso
Diz que não quer, que não sente saudade e disfarça assim o querer
E quer que o tempo corra, pois meio poço cheio de um ângulo é raso

Imensidão pode encher parcialmente um dedal
Um vazio pode preencher totalmente o tanto
O vento muitas vezes não quer falar com o varal
E bem no canto do canto mora um canto

Aparentemente o querer transparece II

O amor não deverá impor nem precisará se puder ser o que será
Uma questão de jeito numa imensidão que ele chama de incontido
Num tanto que às vezes parece pouco, mas inteiramente fará
Entenda minha declaração tal um livro misterioso não lido

Nasceu a flor mais linda num jardim indefinido
Mas mesmo assim a beleza existe e se faz presente
O entendimento mesmo não lido faz do livro
Tudo o que o coração diz preciso

O entender vai de encontro ao inexplicável
Seria exato se o encontro se propusesse a não se conter
O silêncio nas entrelinhas grita inteiro em descompasso:
Que uma grande paixão pode sem querer desaparecer

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