sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Línguas

Eu já nem sei o que meu querer quer me dizer
Talvez esteja mais confuso do que eu
Talvez não entenda que para esquecer
É preciso explicar o que aconteceu

Ao passo que os quereres têm “quês”
E que eles não falam uma mesma língua
O teu querer fala por sinais
E o meu fala somente português

Preciso assim que reflitas e sintas
Que a vida precisa tanto de bem querer
E que o amor pode nascer
Na invenção de uma outra língua

Tudo ao seu tempo                                                                                          

O que estava tão longe se vê à beira
um toque agora desenha o encaixe
com peças de um quebra-cabeça
guardado pelo tempo
um relógio quebrado não retarda hora alguma
tudo ao seu tempo
e o amor não é cúmplice do meteorologista


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