Há tempos
Há
tempos
navegar
era um ato de remos e lágrimas
Águas
que rolavam de rostos
entre
ondas que quebravam em gritos
em
calmarias que encaminhavam barcos
Há
tempos
naufragar
era um ato de provocar a sede
Hoje
mares moram em copos
Imensidão
é uma questão de tato
Frases soltas
presas ao tempo
A
confusão ardia
noites
quentes
ventos
de calmaria
mormaços
de Joanas e Marias
bêbadas
madrugadas sem fatias
tempo
do presente não tão perfeito
olhares
sem garantias
orações
sem leitos
saudade
tatuada em folhas de samambaias
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