Quando o amor pergunta: quando?
E pede um tempo, uma data
Quando, aos poucos, ele solta a linha e a lenha
E concede espaço entre o pouco e o tanto
Quando o amor pergunta: posso?
E escreve “aguarde” na carta
Quando, aos poucos, ele distrai o destino
E faz com que a boca se sinta farta
O acontece, como diz Cartola, é que
A equação está perdendo a fórmula
O nosso desenho, a forma
Então; é preciso distração
Para compreender o fim e para entender o recomeço...
E as várias formas como fala o coração...
PERDA
Eu perco a hora, o ônibus, o caminho pensando em ti
Talvez encontre o amor enquanto te perco
SAUDADE
Saudade é um tempo tanto feito de fatias de imensidão
Uma música de Marisa Monte, uma taça de vinho e outra taça de solidão
Saudade é querer estar toda a hora, todo o dia
Fatias de poesias no Café Coração
Um filme de Fellini, uma música de Buarque
e de quebra sonetos colados no portão
APARECEU
Intrigante a forma que o amor deu ares da graça
em meio a disfarces... Quase uma cachaça...
em meio a atalhos e desculpas
O que parecia ponto final aparece com olhares de reticências,
Tal uma chuva de “ques”
Confundindo assim qualquer juízo
melhor, então, deixar correr o risco
Intrigado, trincado, cambaleante ficou meu coração
(Quirina sorri e ri baixinho, como quem diz, sossega e deixa assim)
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