quinta-feira, 27 de março de 2014

Outono da minha face

Quem olha agora a minha face
Não imagina a cor que nela havia.
Estou outono.
Folhas secas.
Metade vinho tinto.
Metade abandono.
Sou hora do plantio em época de estio.
Quem olha agora minha face
Beira a flor da pele e o arrepio.
Estou outono,
Esperando, sem mangas, o frio...

Quando se vai

Dói por dentro. Dilacera.
Pá de cal. Pé de guerra.
Punhal no peito. Alma calada.
Sono sem leito. Beijo sem jeito.
Abraço de cilada. Amor quase perfeito.
Oração subjetiva. A procura do sujeito.
A procura da própria vida. Objeto num olhar direto.

Dói por dentro. Toda e qualquer despedida.
Só pra te olhar

Vou aproveitar a chuva para lavar a alma,
para disfarçar a lágrima,
para limpar o poço...
Vou aproveitar a chuva para lavar o sábado,
para disfarçar a seca,
para limpar "o posso”...
Vou aproveitar a chuva para lavar a terra,
para disfarçar a vodca,
para limpar“o nosso”...
Vou aproveitar a chuva para lavar o quintal,
para disfarçar o mar,
para limpar“o bom moço”...
Vou aproveitar a chuva para lavar as mãos,
para disfarçar o tempo,
para limpar a vidraça...

Desencontros                                                                                                   
                      
Falava-me de luas enquanto eu dormia
ao acordar com um sol intenso
não estavas mais
pelos detalhes sentia tua presença
quebra-cabeças com peças tão iguais








Manhãs

A linha do meu coração usa um terno pelo avesso
e dança em bailes de lembranças que eu guardava em segredo.

Aprendiz
          
Chegou um minuto atrasado.
Chegou meio assim, de lado,
desculpando-se pela vida,
pelos maus tratos...
Contou sem ninguém perguntar,
todos os seus atos,
todos os seus erros,
seus amores
e sua solidão...
Chegou um minuto atrasado...
Quando perguntaram o seu nome,disse baixinho:
- Meu nome é coração.

(depois, fechou-se num canto,
e, como por encanto, disse adeus e virou paixão...).








Febre

Uma sensação sem cor me atravessa.
Embora não fale, não cala.
Invariavelmente estanca cada passo meu.
Um punhal ferindo a própria ferida.
Um jogo onde a dor supostamente venceu,
Sem que a existência se desse por vencida,
Ficando exposto aquilo que o poeta ainda não escreveu...
Assim fica entendido o mágico encanto dessa vida.
A vida é uma longa febre.

Um verso de pé quebrado

Um verso de pé quebrado deixa recados no gesso.
Ninguém passa nesse mundo,
falando de amor e saindo ileso...

Um verso de pé quebrado demora um pouco mais para chegar.
Mas rima luares com ondas e mares,
e canta como quem se encanta em cantar...





O sonho que eu não te contei

Sonhei com teu corpo,
pois meu coração diz que ele é meu porto.
Navego em sonhos de asas...
Mesmo na distância vejo nos dois,
como fossemos uma única casa.
Busquei lá de dentro meu sorriso.
Um resgate que é só teu.
Tenho na boca o gosto da liberdade,
que me faz viajar a cada beijo sonhado,
De um desejo que nunca morreu.

Nos meus sonhos fazemos amor pelas varandas,
recitamos Quintana pelas manhãs,
viajo sem tempo pelos teus lábios.
Pecamos muito além de qualquer maçã.
Estamos longe mas estamos tão perto.
O tempo ensinou a sermos ímãs.
Com tua companhia deixei de ser deserto,
plantei na pele a mais bela flor,
planejo um rapto sem deixar pistas.
Quero pintar meu mundo com a tua branca cor.



Chuva, sol, lua e mar

A chuva era uma moça fina.
Cheiro de leite. Flor da idade.
E, com seu jeito de menina, não sabia que no fundo,
poderia ser uma tempestade.

O sol imaginava-se sempre repleto.
Pelo seu brilho não temia nada.
Achava-se o mais belo, o mais completo.
Chorou, quando conheceu a madrugada.

A lua, mulher de olhos ardentes,
emoldurada por estrelas,
procurava entre tantas lentes,
alguém que desejasse realmente tê-la.

O mar era um velho pescador,
com tesouros escondidos n’areia...
Diz que nunca conheceu o amor,
vive nas esquinas entre sereias...


Inspirações

Toda vez que me permitia
Recorrer ao que não sabia
Brilhava os olhos do acaso
Iluminando meus dias !

Manuel dava bandeira
Para uma musa Cecília
Toda vez que se permitia
Recorrer ao que não sabia !

Que seriam dos anjos de Augusto
E das pessoas de Fernando
Se todas as palavras da boca
Passassem no mundo voando ?

Toda vez que me permitia
Recorrer ao que não sabia
Quintana conversava na varanda
Iluminando meus dias !

Lareiras

o meu corpo veste roupas novas
minha alma rejeita
não acolhe
ela quer o velho cachecol do tempo
que aquece minhas velhas poesias


Impulsos

Aprendi desde cedo a cortar os pulsos,
a morder a língua,
a cheirar o gás...

Aprendi desde cedo que somos avulsos,
que morremos à míngua,
que felizes jamais...

Aprendi desde cedo a brigar com o mundo,
a correr o risco,
a amputar a alma...

Aprendi desde cedo que o pouco é tudo,
ajuntar o cisco,
amanter a calma...

Aprendi depois, com o tempo,
que somos gigantes,
e que mais adiante viveremos em paz...

Aprendi depois,
sem querer,
que somos um verdadeiro caso de amor...





Alimento

Minha boca
gosta do
gosto da
tua...

Em todos os sentidos
Em todos os gemidos

Minha boca
gosta do
gosto da
tua...

Em todos oslugares
Em todos os luares...

Minha boca
gosta do
gosto da
tua...




Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...

E quando quiseres...
Toma meu coração.


Motivo

Quando uma corda puxa a noite
O dia vai e se enforca de ciúme.
Quando uma corda puxa o dia
A noite vai e ser enforca de ciúme.
Quando chega a madrugada
A noite e o dia se enforcam com a mesma corda...







Caixinhas

Temos o medo guardado em caixinhas no quarto.
num quarto de hora,
num quarto de hotel,
num quarto de nunca mais,
num quarto de pão...
Temos o medo guardado em caixinhas no quarto...

Enganos

Mudou a cor do casaco para enganar o frio.
Colocou num copo toda a água suja do rio.
(embaixo do tapete mora um segredo que todo mundo sabe).

De pele

Enquanto eu era a seca, tu eras a dança da chuva.

Estio

Lá no meio do deserto mora uma única gota d’água...
Filha de uma chuva rara e de um poeta sereno.

É lá que os sonhadores matam a sede.
O vendedor de algodão doce

Lá se vão as nuvens,
E eu aqui embaixo, redesenho...
Passa agora um vendedor de algodão doce e me traduz.
É... o amor tem muito mais que claros segredos...

Frases e rasgos

Usava alvejante na alma e ninguém via a tristeza contida

Pequena canção para entender a lágrima

Imagino a lágrima vertente de um rio.
Insinuo que existem correntezas e calmarias no curso.
Minhas tristezas e minhas alegrias são meu leito.
Entendo o pranto como fosse uma vertente inundando o mar...

Cochilo                                                                                                                              

Meu abandono tem sono e acorda em teus braços quase sempre.





Caminhos encantados do acaso

A mágica sensação do ver sem nunca ter avistado.
O delirante sujeito que nunca faz parte da frase.
Atenha-se aos detalhes, ao acaso.
De vez em quando provoque-se, como forma encantada de provar que a vida corre por suas veias...

Quando o tempo todo é muito pouco

“Um copo vazio está cheio de ar”.Chico, preciso e encantador...
Muito de nada para preencher.Pouco de tudo para entender.

Segunda-feira após uma solidão de mar

O tempo é um velho professor. Escreve calma, paciência, compreensão, claridade
para dizer amor.

Pequena canção de um barulhinho bom e simples

Quando a chuva cai na terra, ouço um som de beijo...

Guardo-te

Guardo-te como quem guarda o gosto da primeira manhã...
Infinitamente. Guardo-te como quem viu o céu uma única vez.


Pequena canção de uma paixão sem fim que terminou de repente

Há  um gosto de jardim em minha boca.
Deixaste uma foto amarelada junto com uma rosa vermelha.
Não tem mais cor nem perfume o meu mundo.
Quem pintava as estrelas agora dorme as noites inteiras...

Gumes

Julgo ser inteiro o que me deixa em pedaços,
o que me faz ser devaneio
o que atiça meus medos,
me faz agosto em fevereiro, desvenda, sem bulas, meus segredos...
Me deixa inteiramente pela metade.

Coisas, causas e pausas...

No fundo, no fundo...o fundo do mar, para algumas espécies, é um chão seguro.

Classificados

Num canto dos classificados mora um cantor cheio de letras.




Quadrinha “indecente” de saudade

A lua versa. A lua é prosa. A lua ao ler meus pensamentos, goza.


Pequena canção de amor passageiro

Minhas janelas adoram tua paisagem.


Sobre o amor

Ao ver o mar mergulho e sempre mergulharei.
Como ter sede de mar e não naufragar algumas vezes?

Olhares

As luas novas que prateiam o céu são bem mais lindas quando te veem.
Teu reflexo faz a noite ser  a mais linda manhã que eu já vi...



Sonhos e corujas

Talvez no meio da madrugada
More uma coruja escondida
Que de tanto sonhar com o dia
Esqueceu-se da própria vida.

Amores                                                                               

E também tem o amor escondido, o presente, o de viagem, o de verão...
Temos amores demais. Atemporal é o nosso coração.

Absolutamente

Tem dias que eu sou cantante.
N’outros o silêncio bate.
E na forma mais errante.
Beijo de mercúrio em que me arde.

A linha

A felicidade é uma linha... uma voz que corre a linha... uma linha que é feita de nós... Uma nota musical alinhada com o querer... a simplicidade é amiga da linha... o tempo é parceiro da linha e o amor é o tear...



Dedal

Nada pode ser mais fatal
Do que um dedal no fundo do mar.
Quando o destino costura.

Da flor da pele

A flor da pele
Rosa não deve ser.
Minh ’alma eu mesmo lavo.
A rosa não brigou comigo.
Aliás... eu nem sou o tal cravo.

Navegação  

O que faz todo o navegaré uma boca cheia de mar.

Afogamentos  

Quando teu corpo se afoga
Minh ‘alma faz respiração boca a boca.

Sedes e estios


O deserto tem como paixão maior a lágrima. Areia nos olhos faz chorar.
Quintanares de janeiro

Tantas notas musicais pelo meu caminho e eu tão desafinado.Melhor ficar sozinho.

Constatação

O luar é um cachecol, com o qual eu protejo teu pescoço dos meus beijos roubados.

Cafés

O destino não dorme,toma garrafas e garrafas de café
e conversa noites inteirasreinventando o amor.

Cuidados

Difícil abrir um coração que há muito havia se fechado. E agora o que se faz? E agora o que diz? E agora o que sentir? Havia já me acostumado com a solidão. Nem sei se era feliz, mas um coração aberto há de se cuidar...

A frase – Ah...caí

Eu te amo.
Nesta frase tão curta
a palavra amor surta.








Medidas

Um mar num dedal, no lençol um luar, medidas não são exatas, nem toda água é mar...

Volumes

Eu rio muito contigo... Chego a ser mar...

Balcão de bar

Espaço físico entre
o físico, a química, e a matemática.

Tormenta

A felicidade compreende a tormenta,
pois será ela que lavará o nosso rosto
para fazer o nosso mundo acordar.

Cafés de Março                                                                                  

Escrevi saudade na margarina. Bebi assim café contigo.

Hai-Kai

Todo mundo tem escolha
A felicidade pode ser um estalo
Como quem dança num papel bolha


Para clarear

Mesmo sem estrelas no céu,
quando tenho tua bocafico claro.

Para Leminski III

A chuva bate na porta.
Assim, o náufrago aporta.

Para Leminski IV

O mar adormece num segundo.
No outro acorda o mundo.

Para Leminski e para Betty Blue

O corte que vem d’alma.
Foi tatuagem de um grande amor.
Cortar é um ato de libertação
A paixão é poda.

Para Cecília

Sou muito tarde para um amor tão cedo.




Silêncio
                                                                                                                            
O relógio está quebrado.
A carta não tem selo nem CEP.
A mensagem bebeu a garrafa.


O que é inteiro?

Inteiramente é uma palavra que inexiste...
Doar-se inteiro, decididamente, é uma forma de ser triste.
Minhas olheiras hoje são amantes dos meus cafés...

Quadrinha da paixão confusa

A intensidade apaixonou-se por um interruptor.
Levou um choque e achou que era amor.

Da explosão

Minha poesia detona o estopim.
Não ligo para explosão. Enfim...


...
Nada é exato.
O resto da vida pode ser o próximo minuto ou os próximos cem anos...

...
Augusto não era tão anjo assim. Não entendo até hoje seu plural.

...
E um vampiro apaixonado, dá de presente um cachecol...

...
Quem ama não data.

...
E não se enganem quando falam lento, palavras sem pressa ferem muito mais.

...
Atentos olhos observam a intensa cerração.
Nas vidraças, recados escritos com as mãos.
Faz frio lá fora, mas inverno igual ao da minha alma nunca vi.

...
Existem horas em que a melhor maneira de aparecer é sumir...

...
Sou um outono apaixonado por uma chuva de verão...













...
Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

...
Enfim, fica tatuado um beijo no teu coração, pra te sentires beijada sempre...

...
Lembrança é a ferrugem pelo arame da saudade...

...
Agora meu mundo estava mais próximo, não sei “próximo do que nem de onde”, mas, com certeza, estava mais próximo de algum lugar.Lugar é um grande pássaro que adora viajar, em bandos, em bares, em mares...

...
Acordei ontem ao lado de três reticências...

...
Não me venhas falar de falta de espaço,no mesmo momento em que olhas para o céu...

...
Quem inventou o frio não te conhecia...

...
O que o mar tem pra contar, ele canta.



...
O que intriga não é a briga do mar com a areia.
O que me intriga é a estrela,
que depois de conhecer o cais virou sereia...

...
Minha ‘alma ensolarada toma sol,
café, come pão de poesia, bebe água e cantoria,
viaja entre broas e Marias...
Mantém nas palavras sua fé.

...
Em que cobertor se escondeu nosso amor?

...
A flor da pele pode não ser rosa.

...
O dia tropeça na tarde, mas quem cai é a noite.
Talvez o amor tenha muito mais que claros segredos...

...
Meu amor é exato. E teu amor é horário de verão.

...
Calor em dias frios, rasgos em tecidos finos, céu de bocas famintas: o grito não atende a previsão do tempo...





...
O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

...
A alma tem em sua face um luar... claridade,quase uma febre, que nos acende por dentro... o amor tem alma, muito mais do que corpo, o amor é querer estar junto mesmo na distância, o amor sempre aquece nosso rosto, feito um sopro

...
O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome

...
Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...

...
Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...
Já virei a página sem ter entendido o livro. (Meu amigo, amor não é adivinhação)...


domingo, 16 de março de 2014

Muito é pouco para dizer do tanto

Nem era preciso dizer

Será que é sério?
Faz 35 anos, meu amigo...
A nossa história, sabes bem pouco...
O que viste e o que foi contado faz parte
A vida é uma arte imprecisa
Rabiscos e aquarelas não lidas
Impulsos e pulsos sobre o querer
O que posso te dizer,
Que o meu amor é bem sério, sincero e compreensivo
A felicidade deveria ser partilhada quando se vê alguém feliz
Mas não é assim que acontece...
Essa história tem tanta cor, tanto amor
Que é até difícil explicar o tanto
Enfim, se o problema todo é saber da seriedade de tudo isso
Digo-lhe, amigo: antiguidade, parceria, sentimento, risos e encaixes
São apenas poucos capítulos dessa linda história...

sexta-feira, 14 de março de 2014

Fiz pro meu amor...
E quando o corpo cansa, a alma alcança
em qualquer sentido eu sinto teu sorriso
na minha tristeza me fazes mais forte
tens um que de vento norte que embala
moras em meu coração, tatuada e amada
é teu olhar que me ilumina e acende
é por teu olhar que eu vou até a lua
para te trazer o luar, encantar a nossa rua
sempre é nosso verbo maior, verbo de ligação
sempre não é verbo? é sim... foi meu amor que disse...
e disse também: tudo o que sonhaste do amor, existe...

quarta-feira, 12 de março de 2014

Eu rio muito contigo... Chego a ser mar... 

terça-feira, 11 de março de 2014

A lua circula
Sara sem bula
Enfeitiça o ar


A lua acompanha
Leitura que ecoa
E se faz luar

Tantos desenhos
Tantos caminhos
Escada
Ponte
Morada

Lua namorada
Que ensina amar

quinta-feira, 6 de março de 2014

Há tempos

O andar da carruagem e de portas abertas para o sorriso
E àquele olhar de quem diz “ninguém tem nada com isso”
Um embalar de querer sempre o tanto querer 
Um canto de soslaio, um parta, um raio,
O beijo que nunca quis morrer,
Amor de alicerce, de “não esquece”, 
Que tece teias para fazer cobertor
E esquentar ainda mais meu amor
Não ter medo de dizer o segredo do livro não lido,
Do cruzar esquinas meio esquisito, de dançar Magal,
De tomar banho de chuva de frente para o mar,
Conjugar sonho divino com o verbo encharcar,
Ai minhas luas e ruas e becos que desenhei,
Sonhos que eu nem sei...
Minh`alma percorre o corre-corre como quem anda na Guarita,
Que cantava no Medieval, fazia jornal e poesia numa Torres chuvosa,
Depois de fez Ilha, rabiscos de Mercado, ou cantorias nas Rendeiras,
Primas primeiras de uma moça de nome Conceição...
E tal àquele anjo torto, sonhava com o amor de Porto,
Todo o tempo o tempo todo por ser tudo e ser primeiro,
Um olhar tipo a lua ao olhar o sereno,
E por tanto sentimento meu olhar ficou tão pequeno,
Que pedi a Deus, o mundo... para retratar o tanto inteiro