quinta-feira, 6 de março de 2014

Há tempos

O andar da carruagem e de portas abertas para o sorriso
E àquele olhar de quem diz “ninguém tem nada com isso”
Um embalar de querer sempre o tanto querer 
Um canto de soslaio, um parta, um raio,
O beijo que nunca quis morrer,
Amor de alicerce, de “não esquece”, 
Que tece teias para fazer cobertor
E esquentar ainda mais meu amor
Não ter medo de dizer o segredo do livro não lido,
Do cruzar esquinas meio esquisito, de dançar Magal,
De tomar banho de chuva de frente para o mar,
Conjugar sonho divino com o verbo encharcar,
Ai minhas luas e ruas e becos que desenhei,
Sonhos que eu nem sei...
Minh`alma percorre o corre-corre como quem anda na Guarita,
Que cantava no Medieval, fazia jornal e poesia numa Torres chuvosa,
Depois de fez Ilha, rabiscos de Mercado, ou cantorias nas Rendeiras,
Primas primeiras de uma moça de nome Conceição...
E tal àquele anjo torto, sonhava com o amor de Porto,
Todo o tempo o tempo todo por ser tudo e ser primeiro,
Um olhar tipo a lua ao olhar o sereno,
E por tanto sentimento meu olhar ficou tão pequeno,
Que pedi a Deus, o mundo... para retratar o tanto inteiro

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