Breve
canção do que me conforta
Campeche,
3 de janeiro de 2025
Meus incêndios disfarçam meus terrenos
áridos
Cantorias na madrugada me despertam
Nem sei se sou noite todo dia
Ou se meus dias escurecem sem avisos
Aquém do que me arde moram centelhas
em minh’alma
Mantenho meus medos, meus desesperos e
minha calma
Assim sigo aos pedaços tão inteiro
Breve
canção do que me conforta II
Campeche,
3 de janeiro de 2025
Meus desconfortos são agostos a beirar
trinta graus
São tintas e tantas cores a desenhar
invernos
Calafrios e queimações no mesmo
drinque
Assim como vender a roupa nova no “brique”
Assim como calar a fala num único
grito
Mantenho meus segredos, meus calos e
minha esperança
Assim sigo a guardar lembranças
Breve
canção do que me conforta III
Campeche,
3 de janeiro de 2025
Minhas despedidas são breves hiatos em
frases soltas
Cartas a mão leves escritas em
momentos únicos
Destinatários que escondem o CEP
Que não querem ser encontrados e de
repente aparecem
O que sei de mim muitas vezes nem me
interessa
Mantenho minhas fugas, minhas rugas e
meus sentimentos
Assim quando vem a calmaria eu me
encho de vento
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