segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Breve canção do que me conforta - I - II - III

 

Breve canção do que me conforta              

Campeche, 3 de janeiro de 2025

 

Meus incêndios disfarçam meus terrenos áridos

Cantorias na madrugada me despertam

Nem sei se sou noite todo dia

Ou se meus dias escurecem sem avisos

Aquém do que me arde moram centelhas em minh’alma

Mantenho meus medos, meus desesperos e minha calma

Assim sigo aos pedaços tão inteiro

 

 

Breve canção do que me conforta II          

Campeche, 3 de janeiro de 2025

 

Meus desconfortos são agostos a beirar trinta graus

São tintas e tantas cores a desenhar invernos

Calafrios e queimações no mesmo drinque

Assim como vender a roupa nova no “brique”

Assim como calar a fala num único grito

Mantenho meus segredos, meus calos e minha esperança

Assim sigo a guardar lembranças

 

 

Breve canção do que me conforta III        

Campeche, 3 de janeiro de 2025

 

Minhas despedidas são breves hiatos em frases soltas

Cartas a mão leves escritas em momentos únicos

Destinatários que escondem o CEP

Que não querem ser encontrados e de repente aparecem

O que sei de mim muitas vezes nem me interessa

Mantenho minhas fugas, minhas rugas e meus sentimentos

Assim quando vem a calmaria eu me encho de vento

 

 

 

 

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