Marcas,
tatuagens e silêncios
Espelhávamos na própria carne quando
pressentíamos a dor
e tudo era uma coisa só e tudo era só
chamávamos segredo o que era intenção
ardente
propúnhamos ser o que não éramos para
resistir à vida
vez por outra éramos apunhalados por
nossos medos
quebrávamos bússolas, rasgávamos
mapas, sujávamos lentes
havíamos atingido toda a inconstância
das coisas tidas como certas
e velas abertas singravam mares, bares,
ares e alhos e bugalhos
entendíamos que assim resistiríamos
mais
ledo engano
depois de algum tempo nos
reencontramos e não falamos nada
mas havia em nossos olhares uma dor
que por não ter sentido algum
marcaria toda a nossa vida
Túlio
Piva
Quando a lua do destino decidiu viajar
malas na sala, recados no mar
Assim veio um menino sem passagem, sem
lugar
que também queria o céu...
Escreveu, ao lembrar do tanto, de um
passado tão bom
e ele “nem sei em que
data"... clareou a viagem
Quem nunca ouviu Túlio Piva que me
desculpe
Minha lua de menino sempre foi
pendurada no céu
“feito um pandeiro de prata".
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