segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Desejo 


Se não posso sentir 
mais do que tu me permites
ainda assim sigo sentindo 
tudo aquilo que não sentes
e, quando feres os meus olhos
com teus limites,
correm em minhas veias 
desejos repentes

Ao contrário do que vês, 
não sou tão pura,
pois minha boca 
solta uma mulher ardente
enquanto crês que me tens,
sou vã procura
embora aches que sou completa, 
vejo-me doente...

Ao passo que vives encanto, 
sou tortura
e, quando vivo em brasa, 
és decente
O que faço por amor 
chamo loucura
Talvez, por isso, eu seja inocente...

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