segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Tempos Modernos Ultrajados

 


Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De mitos, de livros não lidos

De homens acuados

De rios poluídos

De mulheres violentadas

Ultrajadas, reprimidas

Num Brasil que mata o pobre

Num Brasil sem arte e sem comida

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De lamas a cobrir mundos

De inundar sonhos perdidos

De sorrisos fuzilados

De famílias dizimadas  

Apologia ao bandido

Na sarjeta dormem crianças

Num sistema sem sentido

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De leis a proteger o forte

De bússolas a esconder o norte

De mortes que morrem caladas

De gritos e apelos enterrados

Pelo poder da milícia

Os lixões são pratos feitos

Nas valas 600 mil vidas

 


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