sábado, 30 de outubro de 2021

Coisas da chuva

 


Meus olhares chuvosos

De manhãs que nem sei

Sou aquilo que faço

Minha vontade não é de ninguém

E se não sei do fato

Eu digo “não sei”

 

Meus passos molhados

De tardes que nem sei

Sou aquilo que ardo

Meu arder não é de ninguém

E se não comento o rapto

É por que não entendo da lei

 

Meus pensamentos encharcados

De noites escuras de insônia

Sou aquilo que sonho

Meus sonhos são asas dos meus amores

E se não alardeio meus desejos

É por que eles também pertencem a alguém

 

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