sábado, 12 de maio de 2018


Mortes

Tento escrever, me censuram
Tento falar, me calam
Tento ouvir, apanho
Tento trabalhar, me boicotam
Tento falar de liberdade de expressão, me apunhalam
Tento erguer a bandeira da liberdade, me exilam
Eu vejo o que passa mesmo quando me jogam areia nos olhos
Hoje, sobre ontem, sobrevivo...

Deve haver morte mais sentida do que a morte de um poeta?
Tanta coisa a ser escrita
E de repente nada se completa
Tanto soneto sem vida
Tanto verso sem cor
A morte de um poeta leva
Um tanto de tanto amor
(e deixa no ar o que não foi escrito)




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