terça-feira, 27 de abril de 2010

Beijo

beijo-te um grito

beijo-te além do corpo como se a alma pudesse ter rosto beijo-te
encontro-te aqui dentro como te encontrei a vez primeira beijo-te
beijo-te aonde a lua é nascente e nos faz ver a vida inteira beijo-te
conheço-te ontem como fosse ontem a eternidade beijo-te
beijo-te aonde os vislumbres transformam-se em encantos beijo-te
chego a pontos aonde não chegava tão pouco sabia da existência beijo-te
beijo-te pelo teu toque tua pele teu mar tua presença beijo-te
agora vejo a paisagem que eu não via e docemente sonhava beijo-te
beijo-te por te ver inteira beijo-te
beijo-te por te ver por dentro beijo-te
beijo-te por te ver beijo-te
beijo-te além do corpo como se a alma pudesse ter rosto beijo-te
beijo-te além do tempo como se o sujeito tempo fosse sempre beijo-te
beijo-te sem virgulas por ser nosso amor imenso beijo-te

intenso beijo-te

devoro-te ao mesmo tempo em que protejo-te beijo-te
encanta-me a sede que tens de bem viver beijo-te
encanta-me a fome que tens de querer beijo-te
amo-te enfim beijo-te
por não ter mais medidas beijo-te
por não ter mais palavras beijo-te
pois mesmo no tanto falta-me ar por não me faltar mais nada beijo-te

(e veio o grito como se o todo, o espaço, o universo fosse o grito).

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