domingo, 25 de agosto de 2019


Deixa

Deixa minha bagunça fazer dançar minh’alma
E quando me faltar a calma
Eu me pegue a sorrir
Deixa a confusão me permitir o acaso
E quando meu mergulho for num lago raso
Eu me salve nas águas do teu corpo
Deixa a minha cara rubrar
E quando me faltar o ar
Eu me pegue a respirar sem desistir
Deixe eu gostar de poesia
De viver minha alegoria
Sem comprometer o que acredito
Não sei o que é feio nem o que seja bonito
Sei da compreensão e respeito pelo todo
Não gosto de mentira, de traição, nem desse lodo
Gostaria somente de poder viver
Sem usar o outro, sem fazer do outro um degrau
Não quero definir o bem nem o que seja mal
Sei que a transformação nasce em cada um
Deixa eu tentar dizer minha poesia
Deixa eu tentar colorir o meu dia
Deixa eu tentar alegrar minhas crias

Tem gente que não admite os meus tentares
Meus quereres
Minhas alquimias

Deixa assim
Eu não quero aprovação
Aprendi a viver com o não
Deixa eu escutar Chico, ler Quintana e procurar meu sim



Nenhum comentário:

Postar um comentário