Nestes dias tão corroídos
Doidos e doídos
De mitos, de livros não lidos
De homens acuados
De rios poluídos
De mulheres violentadas
Ultrajadas, reprimidas
Num Brasil que mata o pobre
Num Brasil sem arte e sem comida
Nestes dias tão corroídos
Doidos e doídos
De lamas a cobrir mundos
De inundar sonhos perdidos
De sorrisos fuzilados
De famílias dizimadas
Apologia ao bandido
Na sarjeta dormem crianças
Num sistema sem sentido
Nestes dias tão corroídos
Doidos e doídos
De leis a proteger o forte
De bússolas a esconder o norte
De mortes que morrem caladas
De gritos e apelos enterrados
Pelo poder da milícia
Os lixões são pratos feitos
Nas valas 600 mil vidas
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