quinta-feira, 11 de novembro de 2021




Meus amores estão nas entrelinhas 
de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina 
de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos 
e seda e chita
costurei uma colcha quente 
de lembranças
para acalmar meus invernos

terça-feira, 9 de novembro de 2021

 


Meu olhar inteiro quando quer falar 

Diz nas entrelinhas o que quiser

E as entrelinhas são estrelinhas de algum céu

Que me abraça, me ama e deixa recados no papel

 

Meu olhar inteiro se faz quando vê a harmonia dos meus passos

Tal laços a coser casacos e a beijar sem medo a boca amada

Infinitamente sou meu querer quando sinto que não há cilada

 


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 


Antes de dormir

escute bem os acordes

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 



Entre um café e outro

...


Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

...

Enfim, fica tatuado um beijo no teu coração, pra te sentires beijada sempre...

...

Lembrança é a ferrugem pelo arame da saudade...

...

Agora meu mundo estava mais próximo, não sei “próximo do que nem de onde”, mas, com certeza, estava mais próximo de algum lugar.

Lugar é um grande pássaro que adora viajar, em bandos, em bares, em mares...

...

Acordei ontem ao lado de três reticências...

...

Não me venhas falar de falta de espaço, no mesmo momento em que olhas para o céu...

...

Quem inventou o frio não te conhecia...

...

O que o mar tem pra contar, ele canta.

 



Entre um café e outro

...


O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

...

A alma tem em sua face um luar... claridade, quase uma febre, que nos acende por dentro... o amor tem alma, muito mais do que corpo, o amor é querer estar junto mesmo na distância, o amor sempre aquece nosso rosto, feito um sopro

...

O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome

...

Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...

...

Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...

Já virei a página sem ter entendido o livro.
(Meu amigo, amor não é adivinhação)...




O amor compromete

Assim como tem compromisso a lua e o luar
O amor compromete
Assim como a areia gosta de ser molhada pelo mar
O amor compromete
Assim como jura compromisso a terra para o colher
O amor compromete
Assim como o querer que gosta de comprometer
O amor compromete
Assim com o sol compromete-se com o dia
O amor compromete
Assim como minha poesia se compromete com teu olhar
O amor compromete
Assim como meu cantar compromete-se cm tua folia
O amor compromete

Assim como meu ombro tem compromisso com teu calar 

 



Morde, assopra e cura      

Amo sempre como nunca.
Ainda é cedo para amar tarde.
Paixão é mercúrio.
Amor é mertiolate.


 



Quadrinha do querer e da liberdade

Deixe aberta a janela do destino
Para a vida não ficar, assim, tão tonta
E quando, por encanto, tocar o sino
Deixe o amor, em liberdade, tomar conta





LIQUIDIFICADOR                                                                                            

Àquele que estudava cartografia
E via seus mapas jogados num liquidificador
Beirava abismos inteiros, e cafés amargos para acordar a poesia
Insônia de mares, pernoites em estradas, olheiras sem cor

Entenda que a sobriedade dos dias passa pela noite e por um bom vinho
Bêbado é o destino, mas é preciso... E ser preciso medida não há
Se todo mundo diz que é preciso ir, por favor, não vá
Multidão é a melhor maneira de se sentir sozinho

Olhos verdes de um gato que percorre em riscos nossa noite
O que sangra, muitas vezes, mora longe do açoite
E se a vida nos coloca a frente de um liquidificador
Deixe-se misturar, o sumo que resiste e colore é o amor

Os pincéis correm por papéis brancos que a vida escolhe
Os desenhos são linhas da nossa alma
Às vezes uma tela demora uma vida, depois se colhe
O tempo é contado por folhas de calendário e por doses homéricas de calma

O que quero em todos os sentidos mora sempre na paz
Não quero o que me faz perder tempo e não poder te beijar ainda mais




Estio

Lá no meio do deserto mora 

uma única gota d’água...


Filha de uma chuva rara e de um poeta sereno.

É lá que os sonhadores matam a sede. 



Seca

Que chuva tamanha que beija a seca,

A minha seca boca.


Chuva que molha as roupas do passado


E dá febre.



Uma febre tamanha que queima a seca,


A minha seca boca.


Uma sensatez louca.


A previsão é que a chuva tamanha não pare,


Então, que encharque. 

 


Frases soltas presas ao tempo

A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias

 



Pequena cantiga de uma manhã de domingo abafada e com vento

Meu coração mistura-se com o título
Minha poesia, ofegante, bebe num gole só um copo de lua
A vontade minha era estar na sua...

na sua vida

na sua linha

na sua rua

 


PERDA


Eu perco a hora, o ônibus, o caminho pensando em ti
Talvez encontre o amor enquanto te perco

 


Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...
E quando quiseres...
Toma meu coração. 

 


O coração explode... 

um arrepio grita teu nome... 

a esquina foi tatuada com minha sede.... 

e tua ausência me dá fome

 


Faltas
          
Lá vai Quirina buscar sede num copo.
Lá vai Quirina buscar fome num prato.
Lá vai Quirina buscar amor numa esquina.
Lá vai Quirina buscar paz num rapto.

(Lá vai Quirina buscar o mundo num dedal)...

Um conto de sarda

 


Uma menina com sarda

Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina

Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina

A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...