sábado, 30 de outubro de 2021

Manhãs e o tempo

 


Um amanhecer mora na boca quando vem o café...

Sou manhã quando eu quiser...

Meu relógio não adianta, ele não quer...

O hoje faz acordar...

Agora é um tempo que não se pode perder...

 

Coisas da chuva

 


Meus olhares chuvosos

De manhãs que nem sei

Sou aquilo que faço

Minha vontade não é de ninguém

E se não sei do fato

Eu digo “não sei”

 

Meus passos molhados

De tardes que nem sei

Sou aquilo que ardo

Meu arder não é de ninguém

E se não comento o rapto

É por que não entendo da lei

 

Meus pensamentos encharcados

De noites escuras de insônia

Sou aquilo que sonho

Meus sonhos são asas dos meus amores

E se não alardeio meus desejos

É por que eles também pertencem a alguém

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

 




Um amanhecer mora na boca quando vem o café...
Sou manhã quando eu quiser...
Meu relógio não adianta, ele não quer...
O hoje faz acordar...
Agora é um tempo que não se pode perder...

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Quando a exatidão descobre que a surpresa é fundamental

 


Baldes de mares teimam em encher dedais

Assim esquecemos os beijos no meio da tarde

Das cartas redigidas a mão

 

É preciso surpreender

O amor necessita de arrepios e friozinhos na barriga

Amor não tem botão de liga e desliga

 

Botões que valem de verdade

São os que deliciosamente abrimos para sentir o corpo amado


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 


A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias

 



Luas
           
Repartiram os traumas, juntaram as camas, as coxas, as crises.
Alugaram um quitinete.
Compraram fogão, geladeira e uma garrafa de vinho branco.
Trocaram olhares maliciosos, penduraram um quadro, 
contaram até quatro.
Ah! Era quarta.
Beijaram-se muito, muito mesmo.
Perderam o ar, os sentidos e uma pulseira que ela ganhou da tia.
Juraram amor eterno.
Ele, vestiu seu único terno.
E foi tentar, tentar, tentar.

Já era quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, quarta de novo...

 


As emoções chorando
minha alma quase quarando
tal roupa no varal de casa
deixa o sol
deixa o sol
invadir minha asa

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Colcha de Retalhos





Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Origami

 




Dobraduras do tempo.
Harmonia.
Calma.
Concentração.
A vida é assim.
Dobras com cuidado.
Dobras com carinho.
Dobras com cautela.
Dobras com exatidão.
Dobraduras do tempo.
De repente a imagem, o fato, a construção.
Meu coração origami reinventa-se e “se” dobra.

Carta de uma bruxa

 



Guardo numa caixa
Numa caixa de música
Uma carta de uma bruxa
Falando de amor e de medo
Disse que era segredo
Para guardar no coração
Um dia mostrar para o Engenho
E fazer dela canção
Arde o tempo
Sopra o vento
Vela aberta na Conceição
Arde o tempo
Sopra o vento
Amor é ave de arribação

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Sonhos de menino

 


Um menino que nasceu em Torres e de mar em mar se fez, acredita ainda em flautas mágicas, e nas histórias de "era uma vez"... cresceu, correu mundo, virou pai, virou avô... e sempre disse baixinho "sou um eterno sonhador e aprendiz" e a criança que mora em mim vive assim até hoje... feliz... Gratidão a minha mãe e ao meu pai que entenderam que àquele menino só queria escrever... Beijos minhas sobrinhas Olívia e Alice, minhas Músicas Luiza e Marina, Beijos Maia e Guto, Beijos Bruno, Cauê e Lucas... O Balão continua Mágico...

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Tempos Modernos Ultrajados

 


Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De mitos, de livros não lidos

De homens acuados

De rios poluídos

De mulheres violentadas

Ultrajadas, reprimidas

Num Brasil que mata o pobre

Num Brasil sem arte e sem comida

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De lamas a cobrir mundos

De inundar sonhos perdidos

De sorrisos fuzilados

De famílias dizimadas  

Apologia ao bandido

Na sarjeta dormem crianças

Num sistema sem sentido

 

Nestes dias tão corroídos

Doidos e doídos

De leis a proteger o forte

De bússolas a esconder o norte

De mortes que morrem caladas

De gritos e apelos enterrados

Pelo poder da milícia

Os lixões são pratos feitos

Nas valas 600 mil vidas

 


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

 


Seja leve e simples
Faça dos sorrisos, asas
Permita-se
Mesmo que as placas digam não
Pois quem lê a alma
Faz feliz o coração

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

 Autobiografia

Não é meu choro que chora
É a minha vida que agora sorri
Quis partir, quis ir embora
Mas o meu agora sempre foi aqui
Minh’alma é clara e transparente
Se voei demais foi por intenção
E quem não entendeu esses voos
Foi porque não entendeu meu coração
Sempre fui muito feliz
Porque aprendi que a vida é emoção
Não troco abraço de amigo por nada
Não troco beijo da mulher amada
O que errei foi com muita convicção


 Para Márcia:


Eu rio muito contigo...
Chego a ser mar...

 O que me faz sonhar

é o que me acorda