sexta-feira, 28 de maio de 2021

 


Águas e afogamentos


Um mar inteiro em céus de bocas
Palavras a navegar soltas
Remos a mexer mágoas 
Vem teu beijo
E teu beijo salva

 


PARECEU

Intrigante a forma que o amor deu ares da graça
em meio a disfarces... Quase uma cachaça...
em meio a atalhos e desculpas

O que parecia ponto final aparece com olhares de reticências, 
Tal uma chuva de “ques”

Confundindo assim qualquer juízo
melhor, então, deixar correr o risco

Intrigado, trincado, cambaleante ficou meu coração
(Quirina sorri e ri baixinho, como quem diz, sossega e deixa assim)

 


Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...
E quando quiseres...
Toma meu coração. 

 



O coração explode... 
um arrepio grita teu nome... 
a esquina foi tatuada com minha sede.... 
e tua ausência me dá fome

terça-feira, 25 de maio de 2021

 



Poeminha do primeiro dia

Todo o andar é cedo - Quando se tem medo

 


Hay Kay sem métrica

Todo mundo tem escolha

A felicidade pode ser um estalo

Como quem dança num papel bolha

 



No meu coração sempre

Bombaim, Lisboa, Porto, Ilha
Casablanca, Canoa, no toque do corpo
No Rosa,
Na engrenagem,
Na Ferrugem.
Na Lagoinha do Leste,
Na Itapeva, na nossa Rua
Na Guarda, no Salvador
Na onde a terra nos leva,
No Bonfim, nos estúdios,
No bar do Noel, nos livros
No Mercado, nos balões,
No Beira-Rio, nos senões,
No Mucuripe, nos Horizontes,
Na Solidão, Outono, inverno ou verão,
No Pantano do Sul, no Sul
No Naufragados, no Saquinho,
No vinho, no vem,
Na Redenção,
Na quente Criciúma, na feirinha,
No Morro das Pedras no verão,
Na Praia Grande, no Mampituba,
No Guaiba, na Lagoa do Violão,
Na Praia do Molhes, na caipira do Nei, sei lá onde não sei,
No pastel e gelada no Alvim servido pelo Neto,
Na Kibelândia, na Bar do Beto,
Na José Elias Lopes, Na Pequeno Príncipe,
Na Guarita, nos toques de toda uma vida,
Nos retoques, na Xará, aqui, acolá,
No logo ali, no até lá,
No gabinete 102, na Lagoinha Pequena,
Na Fan, no Sambaqui,
No Arantes, na tatuagem.
No antes e depois, no um ou no dois,
No Santo Antônio,
Nos planos, no Gasômetro,
Nas feiras do livro, nos anos,
Na peça da Helenara,
No Face, na cara,
Nas gaivotas, nas Músicas, nos Guris,
Na flor da pele, na flor de lis,
Nas páginas de Quintana, nas linhas de Pessoa,
Na voz da palavra,
No Campeche, no cio e na cana, na Santana,
Na alta noite, na Cidade Baixa,
No açaí, no fio da esperança,
No calçadão, na Andradas,
No e-mail roubado,
Nas ciladas, no silêncio forçado,
Nos querubins, nas cartas,
Até nos fins.
Na Casa de Cultura, na fissura,
Na beira do mar, no Cantinho do Pescador,
Na oitava série no Cesd,
No primeiro ano do Ciciar,
Na pousada do Passo,
No aço dos meus olhos,
Na casa do Canto da Lagoa,
No chalé, no quando não te vi,
Nas canções de Fagner com Florbela, em todos os lugares, portas e janelas,
Sempre estivesse aqui...

sexta-feira, 14 de maio de 2021

 




Quero o riso daquele sonhado riso mais sincero
Daquele que o amor se faz encantadoramente eterno
Gargalhadas por que o amor merece
Cobertores que a linha do querer tece
E que nos cobre do sentimento mais nobre que existe
Amor não quer dizer que tudo se faz alegre
Mas, amor quer dizer que com ele o triste não é tão triste
Entendemos, pois
Que ao querermos o tanto
É preciso beijar a imensidão
Valorar quem te faz sorrir
Ventar até perder o ar
Fazer a fala decorar o tanto 

Desenhar n’alma a cor e declamar o canto do texto que nasce no coração

 

 

quinta-feira, 13 de maio de 2021

 



Autobiografia

Não é meu choro que chora
É a minha vida que agora sorri
Quis partir, quis ir embora
Mas o meu agora sempre foi aqui

Minh’alma é clara e transparente
Se voei demais foi por intenção
E quem não entendeu esses voos
Foi porque não entendeu meu coração

Sempre fui muito feliz
Porque aprendi que a vida é emoção
Não troco abraço de amigo por nada
Não troco beijo da mulher amada
O que errei foi com muita convicção



Têm dias que vento é beijo
Têm dias que vento é distância
Têm dias que vento é vou
Têm dias que vento é vem
Têm dias que vento
só me faz faltar o ar