quarta-feira, 29 de abril de 2020


Que coisa estranha
Hoje quando faço poesia
Parece que cometo delitos
Parece que estou fora da lei
E o que escrevo me incrimina
Por que esse medo de alguns pela poesia?
Eu sei


terça-feira, 28 de abril de 2020


Simplicidade


Bom dia com poesia e café e bolacha Maria 
Tempos de broas, ki-sucos, bergamotas e pão de quarto
Tantas lembranças contidas, empoeiradas pelo tempo
U’a música na eletrola, pescaria, Hanna-Barbera
e um bom jogo de taco



segunda-feira, 27 de abril de 2020


ATENÇÃO

Seja atento com o amor, qualquer que seja a forma desse amor. É ele que transformará primeiro o nosso interior e depois transformará o mundo. E nesses tempos de isolamento quem entendeu e está a entender as lições sabe que um mundo novo precisará nascer. Quem entendeu as lições sabe o valor de um abraço, de um beijo, de uma palavra carinhosa, de olhar todos, olhar quem não é visto. Atenção e respeito são palavras que precisamos colocar mais em nossas ações e frases. Entendamos que ódio e egoísmo provocam tristezas e lágrimas e que se sabermos ter gratidão e senso de comunhão podemos, nós todos, todo o mundo, o mundo inteiro buscar a felicidade e a plenitude que sonhamos. O mundo e a natureza nos dão tudo e tudo deve ser dividido para todos e todos podem ter pão, ter água, ter emprego, ter saúde e educação. E isso pode ser alcançado se acreditarmos que a justiça social é o caminho derradeiro para humanizar esse mundo frio, calculista e ingrato. Depende somente de cada um de nós colocar mais atenção numa receita onde o ingrediente principal é o amor. Um novo mundo vem aí e é preciso aprender, é preciso se unir, é preciso olhar de verdade para o lado ou estaremos mais perdidos do que estamos agora. A maior epidemia que destrói nossos valores, alicerces e sentimentos se chama ódio e o ódio só será vencido se as nossas ações forem ações que busquem humanizar, partilhar, amar e preservar incondicionalmente a vida. 



terça-feira, 21 de abril de 2020


Faltará tempo
Para minhas loucuras todas
Faltará vento
Para minhas pandorgas todas
Mas estarei até o fim
A buscar tempo
A buscar vento
A me deixar levar
Pelos meus sentimentos

segunda-feira, 20 de abril de 2020



Essas nossas viagens

Tem amor escondido
Nessa cara de marra
Tem um beijo contido
Nessa falta de farra
Tem um desejo pedido
Nesse olhar que falha

Tem um dia sofrido
Na lembrança que arde
Tem um tempo perdido
E ainda não é tarde
Tem a vida a pedir
Um olhar que invada

Tem um livro não lido
Na estante da sala
No corredor esquecido
Tem a marca da mala
Tem um sentimento querido
Numa palavra que cala

Agora é hora de ver
De ver o amor que há
E que leve nossos sonhos
Para qualquer lugar

Vou viajar...




Amor faz sorrir
Faz florir
Faz primaverar
Espalhe
Retribua
Seja jardim

sábado, 18 de abril de 2020

VIDA
BEM
MAIOR
ABENÇOADA
SEJA
BEM-VINDA
BEM VIDA
MAIA



sexta-feira, 17 de abril de 2020

Amo Minha Mãe, Meu Pai, Meus Tios, Amigos Idosos... Eles me passaram amor, carinho e grandes lições de vida. Não vou deixá-los sós e abandonados porque um ser desumano sem coração senta na cadeira de presidente e dita sobre a VIDA. BASTA. EU RESPEITO À VIDA DE TODOS.




Não temos ordem, não temos progresso, que tenhamos Respeito à Vida, respeito aos nossos idosos, pessoas que construíram essa Nação, respeito aos profissionais da saúde. 

É desumano. 
Não é uma questão política, é humanitária.

Basta. Chega. Ainda dá tempo de salvar vidas.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Amor faz sorrir
faz florir
faz primaverar

O vento tem um tempo de soprar o ar
O momento
O tempo tem um vento
O tempo tem
Momentos
Deixa o vento bater à porta
No rosto
Deixa o vento querer
Ser de Maio ou Agosto
Deixa o vento pedir bis
Tempo de colher
Saber ser aprendiz
E amar
E sorrir
E não desistir
De ser feliz



Fomes                                                                                                 

Era inevitável a queda
frente ao vazio que se fazia
era café sem bolacha, sem fatia
era fome o que o coração mostrava e dizia

Era inevitável o pranto
frente ao exposto
era lição sem cartilha
era um mar imenso sem nenhuma possível ilha

Era inevitável o fim
frente ao penúltimo capítulo que se escrevia
era final feliz sem nenhum par
era romance sem nenhuma poesia

A fome comia...




Um Conto de Sarda

Uma menina com sarda
Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina

Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina

A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...


Arte Carol Salles, gratidão





O acaso brinca de rima
          
Cabe-me, por encaixe, o olhar inteiro das bocas do acaso
Afasto-me quando, ao meu encalço, andam apressadas bocas métricas
Mergulho em luas claras e transparentes como se o medo fosse o raso
E não venham me dizer que almas são armadilhas bélicas

Atento aos relatos escuto a inconstante passagem do pensamento até o ato
Transformo-me num silêncio de lápide quando um grito quer ser mais forte do que o fato
Farelos de um bolo de chocolate do apartamento ao lado invadem pratos de uma favela
E, não venham me dizer, que corações sejam sempre as melhores janelas

Cabe-me a leveza da escrita para deixar dito o que tanto me aflige e alucina meu entender
Levado muitas vezes pelo interminável duelo daquilo do que se mais quer,
com a razão burra de que não se precisa querer

Lanço-me aos poucos, aproveitando-me de noites escuras,
para escrever poesias em muros que rodeiam almas tão vazias
E não me venham dizer que estou só, louco e o que entendo por felicidade sejam páginas de crônicas fictícias e fugidias...





Marcas, tatuagens e silêncios

Espelhávamos na própria carne o sentimento quando pressentíamos a dor
e tudo era uma coisa só e tudo era só
chamávamos segredo o que era intenção ardente
propúnhamos ser o que não éramos para resistir à vida
vez por outra éramos apunhalados por nossos medos
quebrávamos bússolas, rasgávamos mapas, sujávamos lentes
havíamos atingido toda a inconstância das coisas tidas como certas
e velas abertas singravam mares, bares, ares e alhos e bugalhos
entendíamos que assim resistiríamos mais
ledo engano
depois de algum tempo nos reencontramos e não falamos nada
mas havia em nossos olhares uma dor
que por não ter sentido algum
marcaria toda a nossa vida



As desculpas

Depois vieram as desculpas,
que usavam luvas e falavam baixo...
Nunca entendi tantos dedos,
já que eu sabia do que se tratava...
Vez por outra deixavam somente recados,
avisavam que não mais voltariam
e, logo depois, voltavam...
E com elas chegavam outras palavras,
que eu não entendia muito bem seus significados...
Mas até aquele momento,
as desculpas não se importavam com o que eu poderia ter achado...
Algumas chegavam bêbadas,
outras chegavam sem avisar,
e outras tantas  não sabiam nem o que falar...
Nunca me preocupei em entendê-las,
mas entendia o que elas queriam mostrar,
assim ficava mais fácil conjugar o verbo desculpar...
E assim foi quando eu perdi meu par...
Depois vieram as desculpas,
que usavam luvas e falavam baixo,
que me ensinaram de um jeito especial
a verdadeira face do compreender e do gostar...




Colcha de retalhos  

Meus amores estão nas entrelinhas de minha poesia
estão cobertos de rimas
estão encobertos por uma poeira fina de nome paixão
juntei tecidos tantos por tantos anos
tecidos suaves, finos, retalhos diversos e seda e chita
costurei uma colcha quente de lembranças
para acalmar meus invernos




Frases soltas presas ao tempo        
                                              
A confusão ardia
noites quentes
ventos de calmaria
mormaços de Joanas e Marias
bêbadas madrugadas sem fatias
tempo do presente não tão perfeito
olhares sem garantias
orações sem leitos
saudade tatuada em folhas de samambaias




Sobre o amor

Ao ver o mar mergulho e sempre mergulharei.
Como ter sede de mar e não naufragar algumas vezes?

Olhares

As luas novas que prateiam o céu são bem mais lindas quando te veem.
Teu reflexo faz a noite ser a mais linda manhã que eu já vi...

Vontade

Pela maçã do teu rosto
eu esqueceria qualquer paraíso


Medidas

Um mar num dedal, no lençol um luar, medidas não são exatas, nem toda água é mar...

Volumes

Eu rio muito contigo... Chego a ser mar...

Balcão de bar

Espaço físico entre
a física, a química, e a matemática.

Tormenta

A felicidade compreende a tormenta,
pois será ela que lavará o nosso rosto
para fazer o nosso mundo acordar.

Cafés de Março                                                                                  

Escrevi saudade na margarina. Bebi assim café contigo.

Hai-Kai sem métrica

Todo mundo tem escolha
A felicidade pode ser um estalo
Como quem dança num papel bolha



...
Nada é exato.
O resto da vida pode ser o próximo minuto ou os próximos cem anos...

...
Augusto não era tão anjo assim. Não entendo até hoje seu plural.

...
E um vampiro apaixonado, dá de presente um cachecol...

...
Quem ama não data.

...
E não se enganem quando lhe falam lento, palavras sem pressa ferem muito mais.

...
Atentos olhos observam a intensa cerração.
Nas vidraças recados escritos com as mãos.
Faz frio lá fora, mas inverno igual ao da minha alma nunca vi.

...
Existem horas em que a melhor maneira de aparecer é sumir...

...
Sou um outono apaixonado por uma chuva de verão...




...
Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

...
Enfim, fica tatuado um beijo em teu coração, para te sentires beijada sempre...

...
Lembrança é ferrugem pelo arame da saudade...


...
Acordei ontem ao lado de três reticências... e não lembrei aonde as conheci...

...
Não me venha falar de falta de espaço, no mesmo momento em que olhas para o céu...

...
Quem inventou o frio não te conhecia...

...
O que o mar tem para contar ele canta, quando sonha ele é onda...



...
Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...
Já virei a página sem ter entendido o livro. 
(Meu amigo, amor não é adivinhação)...



Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...


O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

terça-feira, 14 de abril de 2020

Nasceu Maia, nossa princesa, filha da Vall e do Cauê, minha neta, bisneta do seu Edike e Dona Laura. Felicidade, amor, gratidão. Veio fazer florir, veio ser primavera e espalhar luz.



CANÇÃO À ESPERA DE MAIA

Vem, tua cor Princesa, canto e poesia.
Tua imensidão, tua grandeza.
Terra, semente, água e realeza.
Maia deusa, das flores todas.
Primavera além-mar.
Acalento, felicidade.

Renascimento de grãos.
Amor benção maior, fertilidade.
Bem-vinda Maia e teu lume.
Vem clarear o tempo,
Vem trazer teu perfume.
Nossa deusa primavera.

Vem nos florir...

Ardia a manhã
Bem lembro
Meu coração inverno
Sonhava em ver setembro
O sol ficava diferente
As flores provocavam sorrisos
Nunca esquecerei as cores das primaveras de Torres
É uma tela que guardo aqui dentro
Feito um mar


Apertos

Que o simples vença o tão confuso.
Que seja importante me faltar um parafuso
para que eu possa enlouquecer em mim.


A gentileza nos traz a leveza e leves somos mais inteiros e a integridade nos fortalece. Se em alguns momentos a queda é inevitável, nestes momentos lembramos do abraço que foi tatuado em nosso coração e nos reerguemos. Existe um sol chamado amizade e ele é toda a diferença numa noite onde não se vê nada.



Morde, assopra e cura      

Amo sempre como nunca.
Ainda é cedo para amar tarde.
Paixão é mercúrio.
Amor é merthiolate.



Mora um mar em teus olhos e eu me banho...




Seca

Que chuva tamanha que beija a seca,
A minha seca boca.
Chuva que molha as roupas do passado
E dá febre.
Uma febre tamanha que queima a seca,
A minha seca boca.
Uma sensatez louca.
A previsão é que a chuva tamanha não pare,
Então, que encharque.


Quando eu era guri, muito guri... em Torres... descobri que o mar no quintal de casa era o mesmo mar do mundo inteiro... a felicidade sempre mora perto... é preciso bater em sua porta e dizer “eu te quero"... Coisas de mar...


segunda-feira, 13 de abril de 2020


CANÇÃO À ESPERA DE MAIA

Vem, tua cor Princesa, canto e poesia.
Tua imensidão, tua grandeza.
Terra, semente, água e realeza.
Maia deusa, das flores todas.
Primavera além-mar.
Acalento, felicidade.
Renascimento de grãos.
Amor benção maior, fertilidade.
Bem-vinda Maia e teu lume.
Vem clarear o tempo,
Vem trazer teu perfume.
Nossa deusa primavera.
Vem nos florir...




domingo, 12 de abril de 2020


Que o amor seja oração, direção e resposta

sábado, 11 de abril de 2020


Silêncio
                                                                                                                             
O relógio está quebrado.

A carta não tem selo nem CEP.

A mensagem bebeu a garrafa.


Para Leminski III

A chuva bate na porta.

Assim, o náufrago aporta.


Para Leminski IV

O mar adormece num segundo. No outro acorda o mundo.


Para Leminski e para Betty Blue

O corte que vem d’alma.

Foi tatuagem de um grande amor.

Cortar é um ato de libertação

A paixão é poda.


Mora um vento em mim...

que não me leve as reticências...


O tempo é um senhor 
muito distinto...
Às vezes chileno, seco e tinto


Cada qual com cada seu...
Quem de amor nunca morreu?
Quem por amor nunca bebeu?




Sobre o amor


Ao ver o mar mergulho e sempre mergulharei.

Como ter sede de mar e não naufragar algumas vezes?


E não se enganem quando lhe falam lento, 

palavras sem pressa ferem 

muito mais.


O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome


A flor da pele pode não ser rosa.


O dia tropeça na tarde, mas quem cai é a noite.


Acredito em sentimentos

Mesmo na calmaria a pandorga não

esquece do vento


Todo mundo tem escolha
A felicidade pode ser um estalo
Como quem dança num papel bolha


Precisamos nos perder mais.

Os dias de tempestade e a falta de bússola, na maioria das vezes, nos ensinam caminhos, não que eles sejam os melhores caminhos, mas precisamos passar por eles para aprender. 

E aprender não é acertar tudo, ou não errar, muito pelo contrário. Envolva-se com os detalhes, com o simples, gotas são também partes do oceano.

Vamos nos perder para nos achar e se mesmo assim continuarmos perdidos vamos tentar. O ódio virou jeito de viver, e o que dá jeito para tudo é amar.

Minhas palavras, tantas vezes, não conseguem chegar onde quero e não tenho certeza que são compreendidas. 

Sigo a tentar, e me despedaçar, a me juntar, a me reerguer...assim procuro dentro de minhas loucuras a coerência utópica de querer se achar...

Amigo, precisamos nos perder mais.