Quem plantou com ódio
Deixou a carga pesada
Na boleia da nossa vida
Iluminamos nossa estrada
A verdade vale muito
A mentira não vale nada
segunda-feira, 28 de maio de 2018
domingo, 27 de maio de 2018
sábado, 19 de maio de 2018
quinta-feira, 17 de maio de 2018
sábado, 12 de maio de 2018
Mortes
Tento
escrever, me censuram
Tento falar,
me calam
Tento ouvir,
apanho
Tento
trabalhar, me boicotam
Tento falar
de liberdade de expressão, me apunhalam
Tento erguer
a bandeira da liberdade, me exilam
Eu vejo o que
passa mesmo quando me jogam areia nos olhos
Hoje, sobre
ontem, sobrevivo...
Deve haver
morte mais sentida do que a morte de um poeta?
Tanta coisa a
ser escrita
E de repente
nada se completa
Tanto soneto
sem vida
Tanto verso
sem cor
A morte de um
poeta leva
Um tanto de tanto
amor
(e deixa no
ar o que não foi escrito)
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Precisamos nos perder mais.
Os dias de tempestade e a falta de
bússola, na maioria das vezes, nos ensinam caminhos, não que eles sejam os
melhores caminhos, mas precisamos passar por eles para aprender. E aprender não
é acertar tudo, ou não errar, muito pelo contrário. Envolva-se com os detalhes,
com o simples, gotas são também partes do oceano.
Vamos nos perder para nos achar e se
mesmo assim continuarmos perdidos vamos tentar. O ódio virou jeito de viver, e o
que dá jeito para tudo é amar.
Minhas palavras, tantas vezes, não
conseguem chegar onde quero e não tenho certeza que são compreendidas. Sigo a
tentar, e me despedaçar, a me juntar, a me reerguer... assim procuro dentro de
minhas loucuras a coerência utópica de querer se achar...
Amigo, precisamos nos perder mais.
quarta-feira, 9 de maio de 2018
Tarde
Lá fora é tarde
Aqui dentro na sala
A vida arde
Desenho a tela
Com mertiolate
Cicatrizes contam histórias
Esparadrapos vestem as feridas
Quando tudo parece morrer
Aparece teu sorriso
O destino assopra
Luas
Repartiram
os traumas, juntaram as camas, as coxas, as crises.
Alugaram
uma quitinete.
Compraram
fogão, geladeira e uma garrafa de vinho branco.
Trocaram
olhares maliciosos, penduraram um quadro, contaram até quatro.
Ah!
Era quarta.
Beijaram-se
muito, muito mesmo.
Perderam
o ar, os sentidos e uma pulseira que ela ganhou da tia.
Juraram
amor eterno.
Ele,
vestiu seu único terno.
E
foi tentar, tentar, tentar.
Já
era quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, quarta de novo...
Saudalejar
Seu
nome saudade
Menina
de seios rijos
Pouco
ou nada de juízo
Cheiro
de leite
Sabor
de flor
Seu
nome amor
Menino
de dentes livres
Brancos
que um dia eu tive
Cor
de mar
Imensidão
de grão
Seu
nome paixão
Mulher
de lábios fatais
Afã
de talvez, clã de jamais
Música
de cor
Verbo
“saudalejar”
Abril II
A
linguagem da liberdade
tem
uma boca faminta
que
engole o mundo e as palavras
e
guarda no coração milhões de tintas...
Uma
aquarela de vidas,
uma
festa profana e ao mesmo tempo tão distinta.
Enamorada
pelo encontro
e
apaixonada pela partida.
abriu
o livro,
abriu
a porta,
abriu
o tinto seco,
abriu
a carta
(Depois
de um março com chuvas...abril...)
O acaso brinca
de rima
Cabe-me, por encaixe, o olhar inteiro
das bocas do acaso
Afasto-me quando, ao meu encalço, andam
apressadas bocas métricas
Mergulho em luas claras e transparentes
como se o medo fosse o raso
E não venham me dizer que almas são
armadilhas bélicas
Atento aos relatos escuto a inconstante
passagem do pensamento até o ato
Transformo-me num silêncio de lápide
quando um grito quer ser mais forte do que o fato
Fatias inteiras de um bolo de chocolate
do apartamento ao lado invadem lixos de uma favela
E, não venham me dizer, que corações
sejam sempre as melhores janelas
Cabe-me a leveza da escrita para deixar
dito o que tanto me aflige e alucina meu entender
Levado muitas vezes pelo interminável
duelo daquilo do que se mais quer, com a razão burra de que não se precisa
querer
Lanço-me aos poucos, aproveitando-me de
noites escuras, para escrever poesias em muros que rodeiam almas tão vazias
E não me venham dizer que estou só,
louco e o que entendo por felicidade sejam páginas de crônicas fictícias e
fugidias...
Conversas
Ainda assim, acredito em minha varanda,
em minha rede, em minha poesia... acredito que tudo é simples demais e
complicamos tudo. Ainda assim, acredito em andar de mãos dadas, em dormir de
conchinha e outras posições de encaixes. Ainda assim, sigo a buscar, a
"me" perder, a "me" encontrar e, tenham certeza que o tempo
passa rápido
demais e precisamos aproveitá-lo com
muito amor, em todos os sentidos. Ainda assim, continuo a passear na praia, a
escutar as gaivotas e a todo o momento resgatar o menino que mora dentro de
mim. Às vezes me pergunto se estou no mundo certo. A resposta vem rápida: com
certeza, não.
Sabores
e copos trincados
Refaça a taça sem trincar
Ou sem olhar a antiga trinca
O vinho bebido antes tinha gosto de mar
Eu quero beber o mundo de canudinho
Mas o tempo poderá esperar?
Quem haverá de me explicar a palavra
"afogar"?
Falta uma peça nessa cabeça que me
quebra
A taça é um disfarçar... quando brinda
Capitu
Quando
conheci Capitu
capitulei
desenganei
a
confiança é um conto
um
Machado afiado
uma
colcha de retalhos
com
bainhas de linho
quem
nunca se sentiu Bentinho?
Seca
Que chuva tamanha que beija a seca,
A minha seca boca.
Chuva que molha as roupas do passado
E dá febre.
Uma febre tamanha que queima a seca,
A minha seca boca.
Uma sensatez louca.
A previsão é que a chuva tamanha não
pare,
Então, que encharque.
Declaração de
amor rasgado
Rasgou
minhas cartas,
rasgou
minhas fotos,
rasgou
meus livros,
e,
por último,
rasgou
as próprias roupas,
e
fizemos amor na sala...
Aos quinze anos (Como da vez primeira)
Minha
pele faz-se papel
Pergaminhos de poesias à flor dela
Arrepios ao ouvir teu nome
Meus poros feitos sonetos de Florbela
Pergaminhos de poesias à flor dela
Arrepios ao ouvir teu nome
Meus poros feitos sonetos de Florbela
Meu
encantamento percorreu tantos anos
Mantido intacto, mantido sereno
Muitas vezes disfarçado de abandono
N´outras esperançoso por um aceno
Mantido intacto, mantido sereno
Muitas vezes disfarçado de abandono
N´outras esperançoso por um aceno
É este amor
que eu canto agora
Amor maior de uma vida inteira
Que incendeia, colore, cora
Como da vez primeira
Amor maior de uma vida inteira
Que incendeia, colore, cora
Como da vez primeira
Não é por
acaso que teu nome tem Mar
Pois naveguei sem cansar, pois vivi sem desistir
Minhas velas seguiam por sentir teu ar
Lembrar de ti era uma forma de existir
Pois naveguei sem cansar, pois vivi sem desistir
Minhas velas seguiam por sentir teu ar
Lembrar de ti era uma forma de existir
sábado, 5 de maio de 2018
Entre um café e outro II
Eternidade
A poesia é
tal um filho
Criamos,
acarinhamos, cuidamos
E ele corre o
mundo
Morreremos e
a poesia ficará
Tal nossos
filhos
E dela, a
poesia, outros poemas nascerão
E eles,
nossos filhos, falarão de nossa poesia
Do tempo
Toda a chuva tem um sol que cura sua dor e
todo o sol precisa da chuva.
Simples assim.
Simples assim.
Resistência
Entenda, não deixe o amor virar lenda, por favor não se renda
Insistência
Vergo, mas não
quebro
Balanço, não caio
Se não concordo não ralho, escuto
Amor é meu discurso
Não desisto
Balanço, não caio
Se não concordo não ralho, escuto
Amor é meu discurso
Não desisto
D’alma
Acredito em pandorgas
porque acredito nos ventos
porque acredito nos ventos
De verdade
O que importa entre entender a janela e o resguardar da porta
está em compreender o que se há de guardar de verdade...
O dia e a
proparoxítona
A lâmpada, o sábado, o mágico, o pássaro. Tome acento, junte as palavras e seja feliz
A lâmpada, o sábado, o mágico, o pássaro. Tome acento, junte as palavras e seja feliz
Da guerra
O mundo está armado
Sentimentos com gosto
De arame farpado
Alerta
Antes de
dormir
escute bem os
acordes
Respiração
...O amor faz
faltar o ar e é aí que a gente se sente vivo
O momento e o vento que move o tempo
Existe um
calor que termômetro nenhum marca
e se percebe em qualquer estação
Passageiro
do trem bala em plena oração
Mãos
postas a desatar nós
Que
seria da solução sem o após
Desses
sonhos cantantes
Não
adianta agora lembrar do antes
Não
deixe para depois o que arde
Faça
de manhã depois é tarde
Faça
agora depois passou a hora
Se
é para amar enfrente sem medo
Mas
não passe nesta vida escondido
A
brincar de ser segredo
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