segunda-feira, 28 de maio de 2018

Quem plantou com ódio
Deixou a carga pesada
Na boleia da nossa vida
Iluminamos nossa estrada
A verdade vale muito
A mentira não vale nada

domingo, 27 de maio de 2018


O BRASIL SEM DIREÇÃO
UM PAÍS NA BANGUELA E SEM FREIOS
SE NÃO TROCAR O RESPONSÁVEL PELA BOLEIA
OS FINS DESTRUIRÃO TODOS OS MEIOS

Esqueçam a copa
Temos que arrumar a cozinha

O ódio é inflamável 
e o amor paga, 
mas o amor também apaga.

sábado, 19 de maio de 2018


Minha alma está assim a permear o mar que tenho dentro de mim
Vivo cada segundo e cada segundo é uma conquista
Não faço planos, não faço barulhos, não faço listas
Percorro um pranto quase sem motivo ou por tantos
Uma solidão inquietante entrega-me
Arde um vento que ao mesmo tempo que leva me traz


quinta-feira, 17 de maio de 2018

SOMOS

Não adianta inventar, nem inverter
Começar pelo fim ou disfarçar

sábado, 12 de maio de 2018


Eu não encaixo
Eu não encaixo
O que eu faço
O que eu faço?
Diacho
O que eu faço?

Eu não encaixo
Eu não encaixo
O que eu faço
O que eu faço?
Diacho
O que eu faço?



Mortes

Tento escrever, me censuram
Tento falar, me calam
Tento ouvir, apanho
Tento trabalhar, me boicotam
Tento falar de liberdade de expressão, me apunhalam
Tento erguer a bandeira da liberdade, me exilam
Eu vejo o que passa mesmo quando me jogam areia nos olhos
Hoje, sobre ontem, sobrevivo...

Deve haver morte mais sentida do que a morte de um poeta?
Tanta coisa a ser escrita
E de repente nada se completa
Tanto soneto sem vida
Tanto verso sem cor
A morte de um poeta leva
Um tanto de tanto amor
(e deixa no ar o que não foi escrito)




sexta-feira, 11 de maio de 2018





Rabiscos

Precisamos nos perder mais.
Os dias de tempestade e a falta de bússola, na maioria das vezes, nos ensinam caminhos, não que eles sejam os melhores caminhos, mas precisamos passar por eles para aprender. E aprender não é acertar tudo, ou não errar, muito pelo contrário. Envolva-se com os detalhes, com o simples, gotas são também partes do oceano.
Vamos nos perder para nos achar e se mesmo assim continuarmos perdidos vamos tentar. O ódio virou jeito de viver, e o que dá jeito para tudo é amar.
Minhas palavras, tantas vezes, não conseguem chegar onde quero e não tenho certeza que são compreendidas. Sigo a tentar, e me despedaçar, a me juntar, a me reerguer... assim procuro dentro de minhas loucuras a coerência utópica de querer se achar...
Amigo, precisamos nos perder mais.



quarta-feira, 9 de maio de 2018


Tarde

Lá fora é tarde
Aqui dentro na sala
A vida arde
Desenho a tela
Com mertiolate

Cicatrizes contam histórias
Esparadrapos vestem as feridas
Quando tudo parece morrer
Aparece teu sorriso

O destino assopra


Luas
           
Repartiram os traumas, juntaram as camas, as coxas, as crises.
Alugaram uma quitinete.
Compraram fogão, geladeira e uma garrafa de vinho branco.
Trocaram olhares maliciosos, penduraram um quadro, contaram até quatro.
Ah! Era quarta.
Beijaram-se muito, muito mesmo.
Perderam o ar, os sentidos e uma pulseira que ela ganhou da tia.
Juraram amor eterno.
Ele, vestiu seu único terno.
E foi tentar, tentar, tentar.
Já era quinta, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, quarta de novo...



Saudalejar

Seu nome saudade
Menina de seios rijos
Pouco ou nada de juízo
Cheiro de leite
Sabor de flor

Seu nome amor
Menino de dentes livres
Brancos que um dia eu tive
Cor de mar
Imensidão de grão

Seu nome paixão
Mulher de lábios fatais
Afã de talvez, clã de jamais
Música de cor
Verbo “saudalejar”
  
Abril II

A linguagem da liberdade
tem uma boca faminta
que engole o mundo e as palavras
e guarda no coração milhões de tintas...
Uma aquarela de vidas,
uma festa profana e ao mesmo tempo tão distinta.
Enamorada pelo encontro
e apaixonada pela partida.
abriu o livro,
abriu a porta,
abriu o tinto seco,
abriu a carta
(Depois de um março com chuvas...abril...)

O acaso brinca de rima
          
Cabe-me, por encaixe, o olhar inteiro das bocas do acaso
Afasto-me quando, ao meu encalço, andam apressadas bocas métricas
Mergulho em luas claras e transparentes como se o medo fosse o raso
E não venham me dizer que almas são armadilhas bélicas

Atento aos relatos escuto a inconstante passagem do pensamento até o ato
Transformo-me num silêncio de lápide quando um grito quer ser mais forte do que o fato
Fatias inteiras de um bolo de chocolate do apartamento ao lado invadem lixos de uma favela
E, não venham me dizer, que corações sejam sempre as melhores janelas

Cabe-me a leveza da escrita para deixar dito o que tanto me aflige e alucina meu entender
Levado muitas vezes pelo interminável duelo daquilo do que se mais quer, com a razão burra de que não se precisa querer
Lanço-me aos poucos, aproveitando-me de noites escuras, para escrever poesias em muros que rodeiam almas tão vazias
E não me venham dizer que estou só, louco e o que entendo por felicidade sejam páginas de crônicas fictícias e fugidias...

Conversas

Ainda assim, acredito em minha varanda, em minha rede, em minha poesia... acredito que tudo é simples demais e complicamos tudo. Ainda assim, acredito em andar de mãos dadas, em dormir de conchinha e outras posições de encaixes. Ainda assim, sigo a buscar, a "me" perder, a "me" encontrar e, tenham certeza que o tempo passa rápido
demais e precisamos aproveitá-lo com muito amor, em todos os sentidos. Ainda assim, continuo a passear na praia, a escutar as gaivotas e a todo o momento resgatar o menino que mora dentro de mim. Às vezes me pergunto se estou no mundo certo. A resposta vem rápida: com certeza, não.

Sabores e copos trincados

Refaça a taça sem trincar
Ou sem olhar a antiga trinca
O vinho bebido antes tinha gosto de mar
Eu quero beber o mundo de canudinho
Mas o tempo poderá esperar?
Quem haverá de me explicar a palavra "afogar"?
Falta uma peça nessa cabeça que me quebra

A taça é um disfarçar... quando brinda


Capitu

Quando conheci Capitu
capitulei
desenganei

a confiança é um conto
um Machado afiado
uma colcha de retalhos
com bainhas de linho

quem nunca se sentiu Bentinho?

Seca

Que chuva tamanha que beija a seca,
A minha seca boca.
Chuva que molha as roupas do passado
E dá febre.
Uma febre tamanha que queima a seca,
A minha seca boca.
Uma sensatez louca.
A previsão é que a chuva tamanha não pare,
Então, que encharque.

Declaração de amor rasgado

Rasgou minhas cartas,
rasgou minhas fotos,
rasgou meus livros,
e, por último,
rasgou as próprias roupas,
e fizemos amor na sala...

Aos quinze anos (Como da vez primeira)

Minha pele faz-se papel
Pergaminhos de poesias à flor dela
Arrepios ao ouvir teu nome
Meus poros feitos sonetos de Florbela
Meu encantamento percorreu tantos anos
Mantido intacto, mantido sereno
Muitas vezes disfarçado de abandono
N´outras esperançoso por um aceno
É este amor que eu canto agora
Amor maior de uma vida inteira
Que incendeia, colore, cora
Como da vez primeira
Não é por acaso que teu nome tem Mar
Pois naveguei sem cansar, pois vivi sem desistir
Minhas velas seguiam por sentir teu ar
Lembrar de ti era uma forma de existir

sábado, 5 de maio de 2018


Entre um café e outro II




Eternidade

A poesia é tal um filho
Criamos, acarinhamos, cuidamos
E ele corre o mundo
Morreremos e a poesia ficará
Tal nossos filhos
E dela, a poesia, outros poemas nascerão
E eles, nossos filhos, falarão de nossa poesia

Do tempo

Toda a chuva tem um sol que cura sua dor e todo o sol precisa da chuva. 
Simples assim.

Resistência

Entenda, não deixe o amor virar lenda, por favor não se renda

Insistência

Vergo, mas não quebro
Balanço, não caio
Se não concordo não ralho, escuto
Amor é meu discurso
Não desisto

D’alma

Acredito em pandorgas 
porque acredito nos ventos

De verdade

O que importa entre entender a janela e o resguardar da porta
está em compreender o que se há de guardar de verdade...

O dia e a proparoxítona 

A lâmpada, o sábado, o mágico, o pássaro. Tome acento, junte as palavras e seja feliz

Da guerra

O mundo está armado
Sentimentos com gosto
De arame farpado

Alerta

Antes de dormir
escute bem os acordes

Respiração

...O amor faz faltar o ar e é aí que a gente se sente vivo


O momento e o vento que move o tempo

Existe um calor que termômetro nenhum marca 
e se percebe em qualquer estação
Passageiro do trem bala em plena oração
Mãos postas a desatar nós
Que seria da solução sem o após
Desses sonhos cantantes
Não adianta agora lembrar do antes
Não deixe para depois o que arde
Faça de manhã depois é tarde
Faça agora depois passou a hora
Se é para amar enfrente sem medo
Mas não passe nesta vida escondido
A brincar de ser segredo