terça-feira, 17 de agosto de 2010

Considerações

Considerações sobre finais de semana sem companhia e sem ninguém (*) a quem declamar Espanca, Meireles, Quintana, Pessoa, Drummond e Leminski...

PS: (*) Quando falo ninguém... falo de pessoas amadas, sonhadas, queridas que, por tantas voltas desse mundo, não estão presentes.

Sábado à noite. Preparo uma pizza. Escolho um bom vinho. Coloco um DVD de um show do Tom, Toquinho, Vinicius e Miúcha... Um clássico de sorrir, e de chorar. Demais. Percorro meus rabiscos, provoco minha solidão, para que ela me dê bons textos e devaneios encantados. Claro que eu gostaria que ela estivesse aqui e que ela usasse lingerie provocante e olhares provocantes e principalmente que estivesse coladinha em mim. Mas enfim, posto que assim seja, que seja assim meu sábado. E como diz a música “a gente vai levando...”.
Estou num momento muito bom. Por dentro e por fora. Independente de aspecto físico ou estético... estou bem... bem visto e bem olhado... talvez como nunca estive. Preparo-me para um grande encontro, sei lá... não imagino como será... nem com quem, nem se será com alguém que conheço ou não... meu coração prepara-se e está feliz... Estou muito feliz comigo mesmo... E isso, com certeza, fará com que eu faça quem estiver comigo também feliz... Minha escrita está mais próxima de mim. Fala mais quem eu sou, o que quero, como quero, e para que quero... Como a vida nos prepara, como a vida nos ensina, nos ajeita, nos conduz... Tanta escuridão, agora vejo, que foi para agradecer mais quando da chegada da luz... E o amor passa por isso também... A moça da primeira edição do livro de Érico é encantadora, não no sentido do que meu coração pensa, pois a vejo como uma amiga, cúmplice dos meus rabiscos... É encantadora, por viajar numa paixão, como eu viajo, muitas vezes. De coração aberto, sem medo de ser ingênua, sem medo de ser sincera demais... Por isso ela é encantadora.
A pizza ficou muito boa, sou um esforçado cozinheiro, gosto de cozinhar, de inventar... Também faço poesia quando preparo e invento pratos... Cozinhar é uma rima rica. Um dia eu explico. Decididamente estou mais solto e leve. Lutei muito para chegar a este estágio. Vejo que posso mais, que quero mais, e que conquistarei mais. O sábado corre rápido, a noite dispara, vejo a casa vazia, mas um coração cheio de mar, cheio de conchas e praias e ilhas e portos... há uma imensidão em minha frente e eu quero viver. A moça do balão deve estar num frio gostoso e de vez, mesmo estando feliz, deve lembrar-se de uma pousada à beira-mar... Que pretensão a minha, rsrsrsrrsrrsrsrrs. Lembro-me de um punhado de conchas, onde coloquei, depois de tanto tempo, meu coração. Lembro-me de Amélie Poulain e seu fabuloso destino e como ela adora viajar nessa outra e fantástica dimensão. Amores, paixões, músicas, poesias... todas tatuadas em meu coração e que me faz sorrir, chorar e lembrar... e que bom que eu vivi tantos momentos mágicos, com mulheres maravilhosas, e que me deram tanto... Sou eternamente agradecido a este destino menino, que talvez por ser tão levado, me faça passar por tudo isso... no fundo é um menino que me quer bem, é irmão do tempo, primo da saudade, e tem como mãe, a vida e como pai, o acaso... Família, que reunida me faz escrever rabiscos e poesias e textos longos, com este. Beijos e há braços (tal palavra é criação de minha irmã, e eu me apropriei desta palavra, por achar que é toda poesia... beijo mana Márcia) aos caros leitores, que pacientemente chegaram até ao final desta crônica, deste desabafo, desta conversa... Desta conversa, é melhor. Mandei uma mensagem, não recebi retorno... Que venha domingo, rsrrsrsrsrrs. Quem sabe, quem sabe...

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